No primeiro dia de aulas do período letivo de 2011 estudantes ficaram pelos corredores devido a falta de professores. Paralisação segue até dia 26
Mais de dezessete mil estudantes estão sem aulas com a paralisação dos professores da Universidade Estadual do Piauí- UESPI. Ontem, primeiro dia de aula do ano letivo, foi marcado por salas ociosas e alunos nos corredores. Os docentes alegam não terem condições básicas de trabalho. Falta papel, pincel para quadro de acrílico, tinta para impressora, apagador, grampos e até os diários de classe para as anotações dos estudantes. O não começo das aulas prejudica principalmente os alunos que estão se formando ou que já passaram em concurso público e esperam se formar nesse semestre.
Os três campi da universidade em Teresina - Torquato Neto, Clóvis Moura e Facime (Faculdade de Ciências Médicas) - estão totalmente parados. Os professores dos campi da Uespi nos municípios de Picos, Corrente e Parnaíba também não iniciaram as aulas ontem. Segundo a presidente do Sindicato dos Docentes da Universidade Estadual do Piauí, Graça Ciríaco, o governo do Estado está há quatro meses sem fazer o repasse da verba para o funcionamento da instituição de ensino. Nos campi também faltam salas de aula. Onde apenas uma turma deveria assistir aula existem até três turmas diferentes num mesmo ambiente.
A universidade não tem condições de funcionar em nada. Faltam coisas básicas para os professores e estudantes. Não é nada demais o que pedimos. É o que nos é de direito. A Uespi, teoricamente, é autônoma, e não tem vínculo com a Secretaria Estadual de Educação, mas o Governo precisa repassar a verba. Queremos algo concreto é não vivermos de promessas, descreve a professora Graça.
Mais da metade dos professores da instituição (51%) são substitutos. Um exemplo da precariedade do sistema educacional está no campus da cidade de Oeiras. Dos 50 professores da Universidade Estadual neste município, apenas um é efetivo. O ideal seria que 70% do quadro de docentes fossem de professores efetivos. Somente no ano passado, 32 cursos foram fechados por não apresentarem condições mínimas do quadro de professores e estrutura física. Tudo isso acarreta no baixo desempenho dos estudantes e das colocações da qualidade dos cursos pela avaliação do MEC (Ministério da Educação e Cultura).
Foto: Wagner Santos
Fonte: Diario do povo
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