Operação teve custo de R$ 1,3 milhões e utilizou 500 quilos de explosivos.
Construtora calcula que em um mês o entulho será completamente retirado.
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Em cinco segundos, o Hotel das Nações e o Alvorada Hotel foram ao chão, no Setor Hoteleiro Sul, em Brasília, nesta quarta-feira (2). Às 10h18, os prédios de 12 pavimentos cada foram implodidos para a construção de hotéis mais modernos, com cerca de 250 leitos, 12 lojas e centro de convenções para a Copa de 2014. O primeiro a ir ao chão foi o Hotel das Nações, seguido do Alvorada. (veja no vídeo o momento da implosão).
A operação estava prevista para ocorrer às 10h, mas a neblina que encobria o centro da capital federal na manhã desta quarta atrapalhou a vistoria que seria realizada de helicóptero pelos bombeiros. De acordo a Defesa Civil, a inspeção na área isolada, de perímetro de 2.140 metros, teve que ser realizada por motos da Polícia Militar.
Com custo de R$ 1,3 milhão, as implosões utilizaram cerca de 500 quilos de explosivos. Segundo engenheiro da JC Gontijo, construtora que comprou os terrenos, Gustavo Fantato, a colocação dos artefatos começou na última sexta-feira (28). “Foram feitas perfurações nas colunas e o explosivo foi colocado nesses furos”, explicou.
A construtora JC Gontijo calcula que, em até um mês, as 10 mil toneladas de entulho resultantes da demolição terão sido completamente retiradas do centro de Brasília e levadas para a Estrutural. A previsão é que os novos hotéis fiquem pronto em 22 de meses.
O secretário-adjunto da Defesa Civil, coronel Luiz Carlos Ribeiro, que acompanhou as últimas cinco implosões no Distrito Federal, avalia que a operação nos hotéis das Nações e Alvorada foi um sucesso. Ao todo, 300 homens da segurança pública do DF trabalharam na operação.
"Tudo que se planejou aconteceu. Começamos ontem [terça-feira] às 23h para evitar que pessoas estacionassem no perímetro de segurança. Não houve nenhuma ocorrência com curiosos que assistiram à demolição. Apenas algumas vidraças foram quebradas", avalia.
A Defesa Civil informou que cinco vidraças foram quebradas no Shopping Pátio Brasil e outras três foram atingidas no prédio da Amil, duas edificações que ficam próximas da região onde estava o Hotel das Nações.
Um funcionário da empresa de carregamento dos explosivos avalia que os danos aos prédios vizinhos ficaram dentro das expectativas. O técnico explicou que a colocação de lonas de contenção nos edifícios mais próximos aos imóveis implodidos foi dificultada pela chuva que caiu nesta terça-feira.
O gerente do Bristol Hotel, Djair Coelho, calcula que foram poucos os danos materiais causados pela implosão do antigo vizinho, o Hotel das Nações. Além de algumas vidraças quebradas, funcionários precisaram lavar o estacionamento e a entrada do prédio. A sacada também ficou coberta pela poeira.
"Trabalho aqui há 37 anos. As lágrimas não foram contidas. Lembro da convivência com os funcionários do Hotel das Nações, a maioria também bastante antiga, e de momentos de glória do hotel, como quando a cena de uma novela com o Francisco Cuoco foi filmada lá", falou o gerente, que assistiu à implosão da Praça das Fontes.
Ao todo, dez hotéis tiveram que ser desocupados por causa da implosão. Aos hóspedes do Bristol Hotel e do Hotel das Américas, os dois mais próximos dos prédios implodidos, foram oferecidos city tours durante a operação.
Após a lavagem das vias mais próximas aos hotéis implodidos, por volta das 12h, o trânsito, que estava bloqueado desde as 7h, foi sendo normalizado. A entrada no shopping Pátio Brasil também foi permitida.
A Defesa Civil informou que a Administração de Brasília foi acionada para verificar a necessidade de limpeza das bocas-de-lobo da região para evitar entupimentos causados pela lama da lavagem das vias.