Predador sexual mora numa casa devoluta localizada na rua de Santa Catarina, no Porto
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Durante 12 anos, Francisco, um sucateiro de 44 anos, violou pelo menos seis meninas. Chegou a estar preso, mas conseguiu sempre que as vítimas desistissem das queixas, através de ameaças.
Anteontem, após dois anos em fuga, foi preso pela PJ do Porto por ter abusado de uma sobrinha. Foi presente a um juiz que lhe decretou prisão domiciliária mas, menos de 24 horas depois, o violador decidiu ignorar a ordem do tribunal e foi a um café da rua de Santa Catarina, no Porto, onde reside.
"Estive a falar com ele ainda hoje [ontem] no café. Estava estranho e foi logo embora. Soube que a polícia esteve em casa dele", contou ao CM uma vizinha.
Francisco abusa de crianças há já vários anos e as autoridades estão a investigar o seu possível relacionamento a outros casos de abusos. Durante muito tempo, o homem forçou também a mulher a escolher as meninas que aquele depois violava. Só em 2009, quando o irmão, após ter descoberto que a filha tinha sido abusada duas vezes pelo tio, o denunciou é que a mulher contou às autoridades que era obrigada a seleccionar as crianças. Foi colocada juntamente com filha num abrigo para vítimas.
O predador cometeu o primeiro abuso há doze anos. Esteve apenas preso alguns meses, tendo em 2007 abusado de uma outra sobrinha, em Gaia. Um ano depois, violou duas irmãs em Viana do Castelo e sequestrou e abusou de uma outra menor. Esteve preso apenas mais uma vez. Após as vítimas o denunciarem, aterrorizava as famílias até que desistissem da queixa.
RISCO DE SER EXPULSO DA CASA ONDE ESTÁ PRESO
Francisco mora numa casa devoluta e que se encontra abandonada há vários anos. Quando fugiu do Marco de Canaveses, conseguiu ficar na residência que alguns vizinhos lhe cederam por caridade. O homem corre, no entanto, o risco de ser expulso da residência onde tem de ficar em prisão domiciliária. Em alguns meses, a habitação será demolida e no local serão construídos novos edifícios.
No interior da casa, o pedófilo tem ainda montada uma sucata. Actualmente não está a trabalhar, mas mantém ainda guardados no local diversos carros.