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BRASÍLIA - A senadora Marina Silva (PV), terceira colocada na disputa presidencial deixou evidente mais uma vez, neste sábado, em Brasília, onde passará o final de semana com a família, que poderá ter uma posição diferente de seu partido em relação ao segundo turno eleitoral. "Na convenção estarei manifestando a minha posição, obviamente, o partido estará fazendo o mesmo", afirmou.
Segundo Marina, a manifestação poderia ser só do partido, mas ela sabe que existe uma expectativa em relação à sua própria opinião. "Não posso, neste momento ter uma atitude de falsa modéstia dizendo que não há uma expectativa em relação a minha opinião também. Estamos vivendo um processo que caminha em duas pernas: a perna da sociedade e a perna partidária", considerou.
A ex-candidata do PV considera a discussão "qualitativa e complexa" e assinalou que o País está diante de um "embrião de uma terceira via". Na avaliação dela, é isso que está amadurecendo a democracia brasileira. "Quando você tem apenas a possibilidade de um plebiscito a democracia fica enfraquecida porque você tem que optar entre um ou outro. O que possibilita a liberdade de escolha é a terceira via. Essa escolha tem que ser adequadamente construída", afirmou.
Marina Silva disse que as pessoas estão dando um sinal que considera positivo: querem manter as conquistas mas não querem ser complacentes com os erros. "Elas querem ter uma atitude de correção dos erros mas, também não querem negar o reconhecimento das conquistas".
Para Marina, o recado foi dado da seguinte forma: "o presidente, que tem mais de 80% da aceitação, não conseguiu eleger sua candidata no primeiro turno". Ela disse ainda que o recado se estendeu à oposição e citou os nomes dos senadores tucanos Tarso Jereissati e Arthur Virgílio que não conseguiram se reeleger. A senadora afirmou que o povo quer a "crítica aos problemas mas não quer que a crítica seja da oposição pela oposição".
Primeira colocada na eleição presidencial no Distrito Federal, Marina se reuniu com militantes e apoiadores de sua campanha em Brasilía. Durante essa reunião, uma das líderes do Movimento Marina Silva, Muriel Saragoussi, defendeu que um "eleitor marineiro" deva assumir seu voto conforme o que considera "menos pior, com coragem e com cobrança sobre o que será feito por ele".
Segundo Muriel, não se pode "negociar apoio" em troca da incorporação de fragmentos de programa ou mesmo de programa inteiro. "Isto é contrário a nova forma de fazer política da qual falamos ao longo da campanha, e mesmo em negociação, sempre seria apresentado como tal", disse a líder, que fez questão de apontar que vai votar em Dilma Rousseff (PT). "Essa é a minha opção pessoal. Cada um que faça a sua", concluiu.
Fonte: Jornal do Brasil