Farhad Marvizi foi condenado por evasão de
divisas e lavagem de dinheiro (Divulgação)
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O iraniano Farhad Marvizi, 47 anos, naturalizado brasileiro, condenado pela Justiça Federal do Ceará, na tarde de ontem (01), a 128 anos de reclusão em regime fechado, pelos crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro cometidos no estado, foi transferido na última sexta-feira (29) para a Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Mossoró. A remoção, feita sob sigilo por agentes da Polícia Federal, foi divulgada hoje (03) em reportagem do jornal cearense O Povo e confirmada pelo CORREIO DA TARDE em contato, por telefone, com a Assessoria Jurídica da unidade prisional.
Segundo a matéria do jornal O Povo, prestes a completar um ano de sua prisão, em 12 de agosto do ano passado, por acusações em crimes de homicídio, Marvizi foi transferido para a unidade de Mossoró na sexta-feira passada. A transferência para Mossoró fez parte da precaução tomada pelas autoridades locais. O iraniano tem seu nome citado em pelo menos 17 investigações por crimes de homicídio, estelionato, receptação, violação de direito autoral, furto e posse de arma. A Assessoria Jurídica da unidade prisional informou ao CT que a transferência se deu por volta das 16h30.
De acordo com informações do jornal O Povo, na sentença, proferida nesta segunda-feira, o juiz da 11ª Vara Federal, Danilo Fontenelle Sampaio, reafirmou a necessidade de o iraniano continuar mantido detido e renovou sua prisão preventiva. A condenação por lavagem e evasão de divisas daria a Marvizi o direito de aguardar em liberdade enquanto recorrer da pena, mas o juiz considerou que "há claros indicativos da existência de um risco concreto de que, em liberdade, o condenado poderá voltar a praticar delitos".
A mulher do iraquiano, a cearense Sandra Almeida do Nascimento, 34, recebeu, pelos mesmos crimes, a pena de sete anos e oito meses, a ser cumprida em regime semi-aberto. Ambos podem recorrer da decisão. A própria sentença judicial lista o nome de nove pessoas que teriam mortes atribuídas a Farhad Marvizi nos últimos anos. Todos, segundo as investigações policiais, teriam sido ordenadas ou cometidas pelo iraniano, que recorreria a serviços de um grupo de matadores formado por vários policiais. Seus advogados de defesa negam as acusações. As acusações de homicídios tramitam na Justiça Estadual.
A sentença também aplicou multas de R$ 750 mil ao iraniano e de R$ 6.500 à sua mulher. Marvizi e Sandra, juntos, foram acusados de transferir US$ 1.690.050,00 para o Exterior, entre 1997 e 2000. Na investigação, foi apurado que os dois prestaram declarações falsas sobre o uso de travellers checks (cheques de viagem). Ao invés de cobrir despesas dessas viagens, a moeda estrangeira ia para operações irregulares, inclusive tratamento médico no Exterior. O iraniano é portador de uma bexiga artificial. No dia 9 de junho último, a doença foi usada como argumento trazê-lo de volta ao Ceará, onde estava mantido no xadrez da Polícia Federal. A Justiça também confiscou bens apreendidos nas duas empresas de Marvizi e em sua casa, e bloqueou contas bancárias do casal.
Fonte: Ismael Souza