Centenas de pessoas quiseram despedir-se de Tiago, menino de três anos que perdeu a vida na festa de aniversário do irmão mais velho
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O meu menino não pode ter morrido, ele era tão feliz e agora vai para o cemitério. Quero o meu filhinho de volta", gritava ontem Susana Monteiro, a mãe do menino de três anos que morreu, no domingo, após ter ficado fechado, ao calor, dentro do carro do pai.
Na pequena capela de São Tomé de Covelas, em Baião, as lágrimas e o desespero dos familiares revelavam o negro do luto vivido por quem sabe que não volta a ter Tiago nos braços. A revolta estava cravada nos olhos das pessoas que foram prestar um último adeus ao pequeno Tiago. "Deixaram morrer o meu afilhadinho, ele está ali porque não o ajudaram a tempo", dizia o padrinho de Tiago, entre choro e uma raiva controlada. A família aponta a culpa à demora dos Bombeiros de Santa Marinha do Zêzere. "É inacreditável terem demorado tanto [30 minutos ] e depois ainda ter sido o pai a conduzir a ambulância", diziam indignados alguns populares. O pequeno caixão branco seguiu agarrado pelo pai e pelos familiares, numa pesada dor marcada pelos gritos de quem perdeu um filho.
A criança de três anos terá entrado no automóvel do pai, a meio da tarde do último domingo, durante o aniversário do irmão mais velho. Quando os familiares se aperceberam da ausência da criança, procuraram-na e encontraram-na dentro do carro, ainda com vida, mas o pequeno Tiago acabaria por morrer a caminho do hospital.