O implante utilizou colágeno bovino e elastina da terceira geração, o que representa o que há de mais moderno no mundo no tratamento de áreas com extensas perdas de substâncias (pele e gordura) e retrações cicatriciais severas decorrentes de queimaduras.
Celidônia se recupera em casa
Foto: Arquivo pessoal
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Uma cirurgia de transplante de pele, até então inédita na Região Norte/Nordeste, foi realizada na noite da última terça-feira (31), no Hospital São Marcos, bairro do Paissandu, área central do Recife. A paciente foi a empresária Celidônia Amano, de 58 anos, que recebeu alta às 9h desta quarta-feira (1), e neste momento descansa na casa de sua irmã.
"A paciente vai ficar em repouso pelos próximos seis dias com a perna esquerda (da operação) levantada. Na segunda-feira (6), tiraremos o curativo para ela ser reavaliada", contou o cirurgião plástico Marcelo Borges, que comandou a operação. Segundo ele, em relação à alimentação, a paciente deve ingerir alimentos com predominância de proteínas e vitamina C, pois esses aceleram o processo de cicatrização.
Em 18 de março deste ano, Celidônia foi vítima de um acidente automobilístico ao tentar atravessar uma rua bem próxima a sua residência, na Imbiribeira. "Estava andando a pé quando uma van engatou a marcha ré e um dos pneus passou por cima da minha perna", contou.
Com o acidente, Celidônia perdeu pele e gordura em 70% da região platar esquerda (planta do pé) e decidiu realizar a operação.
Ainda segundo Marcelo Borges, o implante utilizou colágeno bovino e elastina da terceira geração, o que representa o que há de mais moderno no mundo no tratamento de áreas com extensas perdas de substâncias (pele e gordura) e retrações cicatriciais severas decorrentes de queimaduras.
Diferentemente do método anterior, em que era preciso realizar duas etapas cirúrgicas num intervalo entre duas a três semanas, a técnica com o uso da nova matriz dérmica é feita em apenas uma única intervenção. “Agora, implantamos a derme, que é a camada mais profunda da pele, ao mesmo tempo em que inserimos a epiderme, a parte mais superficial da pele, no mesmo ato cirúrgico”, ressaltou Borges.
De acordo com a filha de Celidônia, Patty Miwako, de 37 anos, que também é enfermeira (do Hospital Agamenon Magalhães), a cirurgia transcorreu dentro da normalidade. "Começou às 21h15 e terminou por volta das 23h40. A operação foi tranquilíssima, pois a equipe fez um trabalho minucioso e integrado. Estou muito feliz com o resultado", afirmou.
O custo do procedimento utilizando a matriz dérmica de terceira geração varia entre R$ 20 e R$ 70 mil, dependendo da dimensão da pele artificial necessária para a cobertura da área atingida.
Fonte: Jc online