terça-feira, 22 de março de 2011

Dez cidades de Santa Catarina terão de adotar novos mananciais para não ficar sem água em 2025

Jaraguá do Sul, a maior da cidades apontadas, deve passar a ser abastecida também pelo Rio Jaraguá Foto:Lucio Sassi / Agencia RBS
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Estudo feito pela Agência Nacional de Águas aponta medidas a serem adotadas até 2015

O estudo inédito sobre abastecimento de água divulgado nesta terça-feira pela Agência Nacional de Águas (ANA) revelou uma situação preocupante no Brasil, mais da metade dos municípios do país precisam investir até 2015 para que não falte água em 2025. Em Santa Catarina, dez cidades terão de aplicar verba em novos mananciais. Mas quando o assunto são recursos hídricos, o Estado ainda tem uma das situações mais confortáveis em relação aos demais.


Dos 293 municípios catarinenses, 138 estão em condições de abastecimento satisfatória e não precisarão receber investimentos. Em outras 145 cidades a situação é mediana, por isso se fazem necessários investimentos, de quase R$ 513 milhões, para adequação do sistema já existente.

Por outro lado, proporcionalmente, o investimento pesado (R$ 115,46 milhões) deve ser nas dez cidades que precisam buscar novas fontes. São elas: Campo Erê, Jaraguá do Sul, Balneário Camboriú, Camboriú, Maravilha, Faxinal dos Guedes, Nova Trento, Itaiópolis, Atalanta e Agrolândia. Nessas duas últimas, devem ser investidos R$ 2,25 milhões para desativação da estação de Atalanta, cujo sistema passará a ser interligado ao de Agrolândia.

De acordo com a assessoria de imprensa da ANA, isso ocorre justamente porque existe a necessidade de construção de novas estações, o que é mais caro. Os recursos hídricos da região são insuficientes, por conta de infraestrutura ou do aumento da demanda, e passa a ser necessário captar água em locais próximos.

Em Jaraguá do Sul, a maior das cidades apontadas nesse quesito (com 142.209 habitantes), alguns investimentos já estão sendo feitos. A Samae, que cuida do abastecimento de água na cidade, prevê para abril deste ano a conclusão de uma nova estação de tratamento.

— Hoje, a população de Jaraguá é abastecida pelo Rio Itapocu. O Rio Jaraguá vai passar a ser utilizado. A região é bem servida de mananciais, precisa apenas de investimentos — destaca o assessor da Samae, Vinicius Schweighofer, que admite faltas de água no verão devido ao alto consumo.

O diagnóstico, disponível no Atlas do Brasil leva em consideração os recursos hídricos da região e a infraestrutura de produção e distribuição da água. Vale lembrar que a ANA apenas viabiliza o estudo para nortear os gestores públicos. Conseguir verba para o que foi proposto cabe a eles.

Maioria dos sistemas isolados

A maior parte dos sistemas de captação e abastecimento de Santa Catarina são isolados (84%, correspondente a 54% da população urbana total), por isso, muitas vezes falta água em um município e não no vizinho. A assessoria da ANA destaca que essas cidades terão de investir para se conectar umas às outras.

Os sistemas integrados atendem 46% da população urbana total do Estado. Um dos exemplos é o Cubatão/Pilões, que atende cinco cidades da região metropolitana e é o responsável por 60% do abastecimento de Florianópolis.

Balneário Camboriú e Camboriú

Dos R$ 591,5 milhões que o estudo prevê que precisam ser investidos em Santa Catarina até 2015 para que não falte água em 2025, 20% deve ser destinado a Balneário Camboriú e Camboriú.

O diretor da Empresa Municipal de Água e Saneamento de Balneário Camboriú (Emasa), Ney Clivati, explica que toda a água que abastece essas duas cidades é captada no Rio Camboriú e já existe um estudo para a captação ser feita no Rio Itajaí-Mirim, mas o custo é muito alto.

Com recursos do PAC, Balneário Camboriú licitou um projeto para a construção de uma barragem no Rio Camboriú. Isso, conforme Clivati, garantiria a regularização do rio, pois com a grande dragagem prevista no projeto haverá acúmulo de água.

Situação de Santa Catarina é considerada boa

Em comparação com outros estados brasileiros a situação de Santa Catarina é considerada boa. Em Goiás, por exemplo, que tem 47 cidades a menos, 24 municípios precisarão captar água em novos mananciais, conforme o Atlas. Lá, os sistemas de abastecimento isolados ocorrem em 97% das áreas urbanas.

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