O dono de um hotel no interior de Pernambuco afirma que nunca entendeu as palavras em inglês grafadas nos tecidos brancos que usa como lençóis em seu estabelecimento.
Em parte dos 15 quartos do hotel Styllus, em Timbaúba (130 km de Recife), as camas eram arrumadas com lençóis que apresentam nomes de hospitais americanos.
Segundo o proprietário, Marcondes Mendes, 48, uma loja do centro da cidade vende os tecidos como se fossem novos. Ele afirmou que não sabia que o material era proveniente de hospitais e que pagava para uma costureira fazer lençóis com os tecidos adquiridos por ele.
"Hotel, motel, casa de família, aqui todo mundo compra [na mesma loja] quando está barato." Mendes afirmou que os tecidos que comprou não tinham manchas.
Mendes disse ainda que, depois de ouvir pela imprensa que lixo hospitalar estava sendo vendido na cidade, tirou os lençóis e guardou para entregá-los a órgãos de fiscalização. O proprietário disse também que não foram apontadas irregularidades no hotel em vistorias realizadas no passado.
"Sou inocente, não compraria mercadoria que fizesse mal a alguém. Até eu durmo nos lençóis quando não vou para casa", afirma.
O lixo hospitalar era importado e vendido pela Império do Forro de Bolso, de Santa Cruz do Capibaribe (PE), que teve duas lojas interditadas no fim de semana pela Vigilância Sanitária --nas cidades de Santa Cruz do Capibaribe e de Toritama, onde o tecido pode ser comprado por R$ 10 o quilo.
A interdição da Império ocorreu um dia depois de a Folha noticiar que comprou, na última sexta-feira (14), nove lençóis, alguns deles com manchas. A empresa vendia o material também pela internet.
Os dois estabelecimentos interditados no fim ficam nas cidades de Santa Cruz do Capibaribe e de Toritama, onde o tecido pode ser comprado por R$ 10 o quilo. Amostras do material recolhidas nos dois locais interditados foram enviadas ao Instituto de Criminalística para análise.
Na noite desta segunda-feira (17), a Polícia Civil pernambucana apreendeu em Caruaru (PE) mais 15 toneladas de tecido com a logomarca de hospitais norte-americanos. O material foi encontrado em um galpão inspecionado graças a mandados judiciais de busca e apreensão. O armazém fica no Bairro Universitário e pertence a empresa Na Intimidade, que funciona com o nome fantasia Império do Forro de Bolso.
O material é semelhante ao encontrado entre as 46 toneladas de lençóis, fronhas, toalhas de banho, batas, pijamas e roupas de bebês sujas de sangue retidas na semana passada, no Porto de Suape, em Pernambuco.
O suposto responsável pela Império dos Forros, Altair Moura, cujo nome consta em registros da empresa disponíveis para consulta na internet, ainda não foi localizado. Segundo a Vigilância Sanitária do Estado, ele trabalha com importação de tecidos há cerca de 11 anos.
Em parte dos 15 quartos do hotel Styllus, em Timbaúba (130 km de Recife), as camas eram arrumadas com lençóis que apresentam nomes de hospitais americanos.
Segundo o proprietário, Marcondes Mendes, 48, uma loja do centro da cidade vende os tecidos como se fossem novos. Ele afirmou que não sabia que o material era proveniente de hospitais e que pagava para uma costureira fazer lençóis com os tecidos adquiridos por ele.
"Hotel, motel, casa de família, aqui todo mundo compra [na mesma loja] quando está barato." Mendes afirmou que os tecidos que comprou não tinham manchas.
Mendes disse ainda que, depois de ouvir pela imprensa que lixo hospitalar estava sendo vendido na cidade, tirou os lençóis e guardou para entregá-los a órgãos de fiscalização. O proprietário disse também que não foram apontadas irregularidades no hotel em vistorias realizadas no passado.
"Sou inocente, não compraria mercadoria que fizesse mal a alguém. Até eu durmo nos lençóis quando não vou para casa", afirma.
Contêiner com lixo hospitalar apreendido no Porto de Suape
Receita Federal PE /Divulgação
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LIXO HOSPITALAR
O lixo hospitalar era importado e vendido pela Império do Forro de Bolso, de Santa Cruz do Capibaribe (PE), que teve duas lojas interditadas no fim de semana pela Vigilância Sanitária --nas cidades de Santa Cruz do Capibaribe e de Toritama, onde o tecido pode ser comprado por R$ 10 o quilo.
A interdição da Império ocorreu um dia depois de a Folha noticiar que comprou, na última sexta-feira (14), nove lençóis, alguns deles com manchas. A empresa vendia o material também pela internet.
Os dois estabelecimentos interditados no fim ficam nas cidades de Santa Cruz do Capibaribe e de Toritama, onde o tecido pode ser comprado por R$ 10 o quilo. Amostras do material recolhidas nos dois locais interditados foram enviadas ao Instituto de Criminalística para análise.
Na noite desta segunda-feira (17), a Polícia Civil pernambucana apreendeu em Caruaru (PE) mais 15 toneladas de tecido com a logomarca de hospitais norte-americanos. O material foi encontrado em um galpão inspecionado graças a mandados judiciais de busca e apreensão. O armazém fica no Bairro Universitário e pertence a empresa Na Intimidade, que funciona com o nome fantasia Império do Forro de Bolso.
O material é semelhante ao encontrado entre as 46 toneladas de lençóis, fronhas, toalhas de banho, batas, pijamas e roupas de bebês sujas de sangue retidas na semana passada, no Porto de Suape, em Pernambuco.
O suposto responsável pela Império dos Forros, Altair Moura, cujo nome consta em registros da empresa disponíveis para consulta na internet, ainda não foi localizado. Segundo a Vigilância Sanitária do Estado, ele trabalha com importação de tecidos há cerca de 11 anos.
FOLHA DE SÃO PAULO