Deputada foi flagrada recebendo dinheiro de delator do mensalão do DEM
Brizza Cavalcante/Agência Câmara
Deputada foi flagrada recebendo dinheiro das mãos do delator do mensalão do DEM e deve apresentar defesa
A deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF) viajou para os Estados Unidos sem apresentar sua defesa no Conselho de Ética da Câmara. Jaqueline foi flagrada recebendo dinheiro das mãos de Durval Barbosa, delator do mensalão do DEM. A parlamentar apresentaria sua defesa nesta quarta-feira (18), mas nem um advogado apareceu na comissão para defendê-la.
De acordo com a assessoria de Jacqueline Roriz, a deputada não aceitou o convite para participar da reunião de hoje do Conselho de Ética. No entanto, a defesa de Jaqueline deve ser apresentada por escrito, nos próximos dias.
A deputada viajou para Nova York, onde deve ficar dez dias. A viagem foi autorizada pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional. Jaqueline pediu autorização à Mesa Diretora, em duas ocasiões, para representar a Câmara na viagem, mas a presidente em exercício, deputada Rose de Freitas (PDT-ES), negou os pedidos.
O relator do processo que investiga Jaqueline, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), elogiou a decisão de Rose de Freitas.
- Não há coerência em uma viagem em meio ao julgamento, quando estava em jogo a defesa oral da deputada.
Além de suposto uso irregular da verba indenizatória, a deputada Jaqueline Roriz é investigada, no processo disciplinar, por ter recebido dinheiro de Durval Barbosa. A deputada e seu marido foram filmados recebendo recursos que, segundo ela, seriam doações não contabilizadas de sua campanha a deputada distrital, em 2006.
Sem coerência
O presidente do Conselho de Ética, deputado José Carlos Araújo (PDT-BA), disse não ter sido comunicado da viagem da parlamentar aos Estados Unidos e afirmou que desconhecia se a deputada havia, de fato, viajado.
Para Carlos Sampaio, a deputada não foi indicada pela Comissão de Relações Exteriores para viajar, e o presidente desse colegiado, deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), apenas acolheu o pedido dela.
- Foi uma aquiescência oficiosa.
Mudança de postura
Tanto José Carlos Araújo como Carlos Sampaio entenderam que o comportamento da deputada significava uma “mudança de postura”. Eles acreditam que a parlamentar decidiu usar todos os prazos regimentais.
Sampaio observou que, antes, a deputada “demonstrava interesse em agilizar o processo”. Agora, acrescentou, “ela cria obstáculos e parece querer usar o prazo de cinco sessões ordinárias para apresentar sua defesa”.
Em consequência da ausência da deputada, a leitura do parecer do relator ficou adiada para o dia 26, quinta-feira da próxima semana, caso sejam cumpridos os prazos previstos no Regimento Interno. O prazo de cinco sessões ordinárias do Plenário começou a ser contado na última quinta-feira (12) e se estenderá até a próxima quarta-feira (25).
Viagem sem ônus
Segundo a assessoria da deputada, ela viajou sem ônus para a Câmara, por decisão da Comissão de Relações Exteriores em reunião ocorrida em 4 de maio. Jaqueline Roriz foi participar do Fórum Permanente para as Comunidades Indígenas, na ONU (Organização das Nações Unidas).
R7.com