Bacelar pensa o Brasil
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É com esta frase que Mauricio Dias, na coluna “Rosa dos Ventos”, da Carta Capital desta semana, conclui o artigo “Desconstrução do preconceito – não resulta do Bolsa Família o voto nordestino pró-Dilma, ainda maior no segundo turno.”
Trata-se de observação exata, para este momento de mistificação generalizada, quando, segundo Boff, finalmente, a verdade vencerá a mentira.
Foi a Folha (*), sempre a Folha, de apropriadas ambiguidades, que, outro dia, ao dedicar 158 páginas a um resultado do Datafalha – nenhum país do mundo leva pesquisa eleitoral tão a sério quanto o Brasil do PiG (**) – , denunciou que a Dilma só existe por causa do Nordeste.
É o que, uma vez ouvi do Caio T. (de “Tartufo”) Costa, ao analisar a vitória do Lula (por 61% a 39%) contra o Alckmin: Lula não ganhou no Brasil, mas no Nordeste.
É assim a elite branca e separatista, no caso da elite paulista – e seus fâmulos – , uma espécie de Liga Norte do Berlusconi.
A doutrina da Revolução de 1932 voltará no dia 1º. de Novembro, quando a Folha “analisar” o resultado.
Cabe, então, preventivamente, ler o que o Mauricio Dias escreveu, a partir de considerações da respeitada professora Tânia Bacelar, da Universidade Federal de Pernambuco.
Os beneficiários do Bolsa Família – que mereceu tantos elogios de Mônica Serra – não são suficientes para explicar a votação da Dilma.
Há outros produtos da administração Lula para explicar o fenômeno da adesão do Nordeste a Lula e a Dilma, lembra a professora Bacelar.
O comércio varejista cresceu no Nordeste mais do que no Brasil inteiro.
A Petrobrás investiu maciçamente na região, a começar pela refinaria Abreu e Lima, em Suape.
Clique aqui para ler “Suape – Pernambuco faz uma revolução”.
Os investimentos do PAC.
A Transnordestina.
Pecem.
Os estaleiros.
Lula, segundo a professora Bacelar, quebrou o mito de que a “a agricultura familiar era inviável”.
Ela é responsável por três de quatro empregos gerados no meio rural de todo o Brasil.
“O Nordeste liderou o crescimento do emprego formal no País, com 5,9% ao ano, entre 2003 e 2009, taxa superior à de 5,4% do Brasil como um todo e do Sudeste, que foi de 5,2%.”
A elite branca (e separatista, no caso de São Paulo), como diz outro pernambucano sábio, Fernando Lyra, “não pensa o Brasil”.
Basta ver o Serra na televisão.
Paulo Henrique Amorim