Relatório do senador Demóstenes Torres, do Democratas (DEM), de 1696 páginas, reúne investigações de denúncias deste tipo de crime em nove Estados brasileiros, durante três anos
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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia do Senado Federal encerrou esta quinta-feira os seus trabalhos com a aprovação de um relatório final que aponta políticos, magistrados e até religiosos como suspeitos de pedofilia.
O relatório do senador Demóstenes Torres, do Democratas (DEM), de 1696 páginas, reúne investigações de denúncias deste tipo de crime em nove Estados brasileiros, durante três anos.
Fonte: Correio do Manhã de Portugal
Fonte: Correio do Manhã de Portugal
A comissão recomendou ao Ministério Público, aos ministérios da Saúde e da Justiça e às polícias o reforço de acções no combate aos abusos sexuais cometidos contra crianças e adolescentes, especialmente no Pará.
Neste Estado do Norte do Brasil, de 2004 a 2008, foram registados 3558 casos de pedofilia, dos quais 688 ocorreram com crianças com menos de cinco anos.
"Constatamos muitas autoridades envolvidas com abuso de crianças no Pará. É um dos Estados em que as pessoas acham que é natural abusar de crianças. (...) Por conta da navegação, crianças ribeirinhas são oferecidas pelas próprias famílias e por 'cafetões', em troca de um saco de sal, de arroz", lamentou o presidente da CPI, senador Magno Malta.
A Comissão Parlamentar pediu também ao Ministério Público Federal em São Paulo a "rigorosa fiscalização da conduta da companhia Google Brasil", face ao elevado número de denúncias sobre o uso da página de relacionamentos Orkut para publicação de pornografia infantil.
Segundo os senadores, não foi pedido no relatório final da CPI o indiciamento de nenhum suspeito, porque isso já tinha sido feito no decorrer dos processos.