De volta à Venezuela após passar 25 dias em Cuba --onde passou por três cirurgias e retirou um tumor cancerígeno-- o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, 56, apareceu nesta segunda-feira na janela do palácio de Miraflores diante de uma multidão e prometeu vencer a batalha contra a doença.
"Me entrego às mãos dos médicos e cientistas venezuelanos, cubanos e mundiais, às mãos de vocês, e às minhas próprias mãos, porque estou seguro de que venceremos esta batalha".
"O amor é a maior cura para qualquer doença", disse o presidente, pouco antes de afirmar que deve se ausentar de alguns de seus compromissos regulares nos próximos dias, entre eles seus programas de rádio e TV semanais.
Presidente venezuelano, Hugo Chávez, aparece na varanda do palácio ao lado das filhas
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Sem proferir a palavra câncer uma só vez, o discurso de Chávez pareceu servir mais para mostrar que o líder está em Caracas e se recupera das cirurgias do que para fornecer detalhes da doença.
Ao lado das duas filhas, Chávez cantou o hino nacional ao dar início à sua primeira aparição pública depois de retornar a seu país.
Imagens da TV estatal Telesur mostraram Chávez segurando uma bandeira da Venezuela e acenando para as milhares de pessoas que o aguardavam.
"Viva Cuba!, Viva Fidel!, Viva a Venezuela!, Viva Chávez!", gritou o líder em frente a multidão, que a emissora estatal Telesur estima ser de mais de 150 mil pessoas.
Partidários de Chávez seguram jornais com imagens do presidente nas ruas de Caracas
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Criticado durante o período em que esteve em Cuba por manter em segredo seu estado de saúde, o líder fez questão de frisar que deverá se ausentar de seus compromissos nos próximos dias.
O líder venezuelano disse ainda que "agradece principalmente [ao ex-ditador cubano] Fidel Castro, que praticamente chefiou a equipe médica venezuelana e cubana que o operou".
"Os dias que passei não foram fáceis. Não vou entrar em detalhes. A segunda operação foi muito profunda e durou mais de seis horas, mas me entreguei a Deus", acrescentou Chávez.
REVOLUÇÃO
"A revolucão está mais viva do que nunca, posso sentir", disse Chávez antes de agradecer a seu gabinete de ministros.
"Raúl Castro me acompanhou até a porta do avião, na saída de Havana. Às duas da manhã desta segunda-feira chegamos a Caracas, no alvorecer deste lindo dia 4 de julho", disse.
Falando sobre sua decisão de permanecer por 25 dias em Cuba, Chávez disse que conversou com Fidel e optou por aguardar em Havana até que tivesse as condições mínimas para viajar de avião e poder regressar a seu país. "Aqui estou, pronto para dar início ao retorno", afirmou.
Habituado a proferir longos discursos, Chávez foi lembrado pela filha que já havia ultrapassado o tempo recomendado pelos médicos, de apenas meia hora. "Peço mais dois minutos, apenas", disse.
"Estou comendo de maneira voraz e mais saudável do que nunca. Estou levantando às 5h para olhar o sol nascer e começar o dia", exaltou.
"Viva a República Bolivariana!, Viva a Vida! Até a vitória, sempre!", gritou à multidão antes de terminar o pronunciamento.
FORA DO HOSPITAL
Mais cedo nesta segunda-feira, o vice de Chávez, Elías Jaua, disse que o presidente não precisará ficar hospitalizado. "Está agora no Palácio, não necessita neste momento de atenção especial hospitalar, pode fazer seu tratamento na residência onde se encontra", afirmou.
Hugo Chavez comemora ao desembarcar nos arredores de Caracas; ele volta após quase um mês em Cuba
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Após regressar ao país, Chávez garantiu que estava "bem", mas deixou claro pouco depois que esse era "o início do retorno".
As declarações do vice chegam horas após o presidente ter afirmado que não deve participar de nenhum ato pelos 200 anos da declaração de independência da Venezuela, cujo festejo principal será uma parada militar nesta terça-feira.
Segundo o jornal venezuelano "El Universal", Chávez ainda está se recuperando das cirurgias e segue uma dieta estrita.
"Não acredito que possa acompanhá-los nos atos oficiais amanhã, mas estou aqui e estarei com vocês desde meu lugar de comando no coração de Caracas, de onde nunca saí", disse o presidente.
Da folha online