A situação administrativa no município de Ceará-Mirim está insustentável.
O prefeito Antônio Peixoto(foto) atravessa a sua pior crise desde que assumiu o comando da administração municipal de Ceará-Mirim.
A crise na prefeitura de Ceará-Mirim já vem sendo sentida há vários meses, mas agora chegou ao seu ápice.
O município extrapolou o limite prudencial e foi avisado pelo Tribunal de Contas do Estado(TCE) que precisava se adequar à Lei de Responsabilidade Fiscal(LRF).
Os gastos do município com pessoal chegaram aos 62%, acima do limite permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, que é da ordem de 48% a 49%.
Exoneração dos cargos comissionados
Ao ser avisado pelo TCE que o município não vem cumprindo o que determina a Lei de Responsabilidade Fiscal, o prefeito Antônio Peixoto exonerou todo o secretariado e todos os ocupantes de cargos comissionados da prefeitura cearamirinense.
“Uma medida drástica que não vai resolver os problemas enfrentados pela prefeitura”, disse ao blog um auxiliar do prefeito que preferiu o anonimato.
Ele afirmou que bastava o município acabar com o contrato de uma firma terceirizada que possui em torno de 500 funcionários. Cada funcionário custa aos cofres municipais o valor R$ 1.230,00 por mês.
“Essa firma terceirizada contribui de forma avassaladora para o caos em que se encontra as finanças do município. Esse corte é que deveria ter sido efetuado, mas não foi porque fere interesses particulares e pessoais”, enfatiza o auxiliar do prefeito Peixoto.
Serviços precários
Por causa da situação financeira da prefeitura de Ceará-Mirim, os serviços prestados nas áreas de saúde, educação e coleta de lixo estão sendo oferecidos precariamente.
Os prédios da prefeitura, da biblioteca e do centro administrativo estão com a energia cortada há um mês por falta de pagamento.
A coleta do lixo está sendo feita de forma inadequada, pois a empresa especializada que fazia o serviço – a Tecnal – deixou de coletar o lixo, já que estava há nove meses sem receber um tostão da prefeitura.
A coleta está sendo realizada por caçambas e o lixo jogado em lixões, já que não pode ser depositado no aterro sanitário, tendo em vista que não está sendo coletado em carros compactadores.
Saúde - Com relação à saúde, o quadro também é complicado. A começar pela ausência do secretário municipal de Saúde.
Segundo informações dadas ao blog por um funcionário da saúde, o paciente que for ao Hospital Percílio Alves e precisar de internação tem que levar lençóis, toalhas, travesseiros e talheres, haja vista a falta desses produtos naquela unidade hospitalar.
Também faltam vários tipos de medicamentos e materiais de consumo, como esparadrapo e gases.
“Mas é bom lembrar que Ceará-Mirim recebe mensalmente do governo federal um montante da ordem de R$ 1 milhão”, declarou o funcionário.
Câmara silenciosa
Mesmo diante de todo esse caos em Ceará-Mirim, hã um silêncio ensurdecedor na Câmara Municipal.
Os vereadores não se pronunciam.
Parece que nada está acontecendo em Ceará-Mirim.
Fonte: Oliveira Wanderley