Era noite de domingo (29), por volta das 19h, quando o Hospital Regional da Transamazônica emitiu um atestado de óbito de um bebê de apenas seis dias de vida. No documento, constava morte por hemorragia pulmonar, em decorrência da prematuridade. A criança chegou a ser colocada em uma câmara fria do HRT aguardando ser preparada para o velório. Quando o corpo do bebê foi retirado pelos familiares e levado para os preparativos do enterro, a surpresa: o bebê se mexia.
Era o segundo filho da dona de casa Marcieli Silva de Albuquerque, que ficou indignada com a situação e convocou a imprensa para fazer a denúncia. “Isso é muita irresponsabilidade. Meu filho poderia ter morrido de verdade. Já pensou se a gente enterra ele? Eu quero justiça”.
O bebê foi atendido pela médica pediatra Kelly Soares Teixeira. O óbito assinado pela profissional atesta que a criança faleceu às 18h48 do domingo. O documento chegou a ser solicitado por um médico ao pai do bebê, Idelfran Araújo, que estava transtornado com o ocorrido. “Eu acreditei que era médico que estava atendendo meu filho, mas depois dessa aí...”
Ontem, a família disse à imprensa que procuraria a Justiça para processar o hospital. Em nota sobre o assunto, o diretor geral do hospital, Rogério Van Kunz, alega que o óbito foi constatado às 14h40 do dia 29 e que o corpo foi disponibilizado à família a partir das 20h30. Segundo o diretor, a família retornou ao hospital por volta das 22h, dizendo que o recém-nascido “estava com movimentos involuntários da caixa torácica, questionando a veracidade do óbito”.
Segundo a nota, o bebê deu entrada novamente na unidade de pronto atendimento para verificação de sinais vitais e realização de exames, quando se constatou que não tinha pulsação, atividade neurológica ou cardiorrespiratória. Segundo o diretor do hospital, os espasmos eram um reflexo às medicações de reanimação administradas ao bebê, como adrenalina e dopamina, uma reação rara, porém possível, não manifestada até a liberação do corpo para a família. Segundo Van Kunz, os esclarecimentos foram prestados à família pelo médico intensivista neonatologista e o corpo foi novamente liberado para sepultamento às 4h da manhã de ontem. O bebê foi enterrado ontem à tarde.
(Diário do Pará)
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