Abrigo. Pretinha foi 'adotada' por taxistas do cemitério
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A cadela Pretinha, que há oito anos vive no portão do Cemitério da Saudade, onde possivelmente seu antigo dono está enterrado, mobiliza moradores de Sorocaba. A cachorra, sem raça definida, dorme em uma caixa de papelão desde que a fiscalização de trânsito mandou retirar a casinha de madeira instalada pelos motoristas de um ponto de táxi para abrigar o animal.
Mais de 400 pessoas assinaram um documento enviado à Câmara pedindo à prefeitura que autorize a recolocação da casinha.
O taxista Claudemir Antonio Pastri, de 53 anos, conta que ele e os colegas se cotizam para dar ração e tratamento veterinário à cadela. "Levamos à clínica uma vez por mês." Segundo ele, Pretinha já teve uma casinha de madeira, mas um carro descontrolado subiu na calçada e a destruiu. "O motorista nos ajudou e compramos outra, mas os fiscais da Urbes (empresa municipal de trânsito) não deixam instalar."
Ele diz que a cachorra era pequena quando foi "adotada" pelos taxistas que têm ponto na entrada do cemitério. "Dizem que o dono está enterrado aí, mas acho que é lenda."
O motorista de caminhão de aluguel Geraldo Almeida, de 57 anos, afirma que a cachorra costumava seguir enterros, mas foi proibida de entrar no cemitério. "Falam que ela seguiu o enterro do dono e ficou por aqui." Almeida ajuda a bancar os custos de ração e veterinário do animal.
Com a chegada do frio, a cachorra "sem-teto" ganhou roupas e manta, mas permanece ao relento.
O vereador Claudemir José Justi (PSDB) recebeu o abaixo-assinado pedindo permissão para a casinha e se incumbiu de apresentar uma indicação na Câmara dirigida ao prefeito Vitor Lippi (PSDB). "Corro risco de virar motivo de chacota, mas estive lá e os moradores pediram que fizesse a solicitação."
De acordo com a Urbes, a casinha não pode ser instalada no local, porque é um apetrecho particular e estranho à atividade do serviço de táxi.
Justi acha que a casinha não vai atrapalhar ninguém e o prefeito pode abrir uma exceção.
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Fonte: O estadão
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