quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Irmãs são suspeitas de matar maridos policiais por dinheiro em MG

Dona de casa Neli Maria Neves, de 53 anos, suspeita de sequestros em Minas
(Foto AE)
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Polícia suspeita que sequestradora de Minas seja 'viúva negra'

Uma trama de sequestro, falsificações de documentos e assassinatos envolvendo uma família em Minas Gerais começa a ser desvendada pela Polícia Civil do Estado. Nesta quarta-feira (24), a delegada Cristina Coelli, da Divisão de Referência da Pessoa Desaparecida, encerra inquérito e remete à Justiça o indiciamento de três irmãs suspeitas de envolvimento no desaparecimento de uma criança de sete anos, no último dia 7, em Contagem, na Grande Belo Horizonte, que foi adotada ilegalmente. Os sequestros


A criança de sete anos foi devolvida à família dias após o retrato falado ter sido divulgado. A polícia seguiu com as investigações e descobriu o cárcere de uma mulher de 25 anos, N. registrada em nome de Neli e Jair, mas que, na verdade, é prima de Neli. N. teria sido raptada há 23 anos.

A polícia mineira ainda procura desvendar as circunstâncias em que a jovem N. era mantida por Neli e Jair. Durante a investigação, foram apreendidos documentos de compra e venda de um imóvel, assinados pela jovem. N. também estaria sendo usada para atrair um policial, de 84 anos, a um suposto golpe arquitetado pelo casal que a criou.

De acordo com a delegada Cristina Coelli, N., possivelmente pressionada, teria proposto ao policial idoso que ele fizesse um empréstimo no valor de R$ 44 mil para ajudá-la. De acordo com a polícia, Neli assumiu o sequestro da criança de sete anos, mas alegou que foi a mando de uma irmã, Glorinha dos Santos Alves. A polícia não encontrou indícios da participação de Glorinha no sequestro da criança de sete anos.

Maridos assassinados

Neli foi condenada há mais de 30 anos pela morte de um ex-companheiro. Outras duas irmãs também tiveram os maridos assassinados - todos eram policiais. A polícia suspeita que as irmãs atraiam os policiais e depois os matavam para ficar com os benefícios vitalícios. Nesse caso, a adoção de crianças, como N. e a menina de sete anos, seria uma maneira de acumular pensões.

Hoje, veio à tona a existência de um terceiro documento de registro falsificado. Trata-se de uma sobrinha de Neli, C., hoje com 23 anos. Glorinha, irmã de Neli, consta como mãe e José Alves Pereira, 1º sargento da reserva, como pai de C. Ex-companheiro de Glorinha, José Alves foi assassinado em 2003. Ela foi ré em processo de homicídio do ex-marido, mas foi absolvida pelo juri na primeira instância. O processo está em fase de recurso.

O filho do ex-marido morto de Glorinha, José Alves Pereira Filho, conversou nesta quarta-feira (24) com jornalistas, quando foram apresentadas duas certidões de nascimento da enteada de seu pai, C. José Alves Filho contou que uma terceira irmã de Neli, Maria da Conceição, também estaria envolvida no assassinato de um ex-companheiro, também policial. Maria da Conceição foi assassinada poucos meses depois da morte do ex-marido de Glorinha. “Antes de morrer, ela (Maria da Conceição) chegou a receber um seguro que estava em nome do ex-marido, um vigia chamado Edmar, no valor de R$ 100 mil.”

José Alves Filho disse aos jornalistas que o pai fez pelo menos três seguros de vida diferentes. Entre os beneficiados estavam os filhos e a ex-mulher, Glorinha, irmã de Neli. O filho do policial morto não soube precisar quais os valores das apólices.

Fonte: IG



Além de descobrir outro sequestro e adoção irregular ocorrido há mais de 20 anos, nos mesmos moldes, a polícia ainda encontrou indícios de que Neli e mais duas das suas irmãs tenham se casado com policiais, adotado crianças e depois matado os companheiros, para ficar com beneficios - para elas e para as crianças.

Pelos crimes de sequestro, cárcere privado e falsificação de documentos públicos, Nali Maria Neves e seu companheiro, o cabo reformado da Polícia Militar Jair Narcizo de Lacerda, podem ficar presos de cinco a 14 anos. Outros dois irmãos de Neli envolvidos podem ser presos de um a cinco anos por falsidade ideológica.

Neli, reconhecida por testemunhas como quem raptou a criança, poderá responder pelos crimes de sequestro e cárcere privado (pena de dois a cinco anos de prisão) e falsificação de documento público (pena de dois a seis anos). Ela também foi indiciada pela polícia pelo cárcere privado de uma prima, que hoje possui 25 anos, N., e, segundo as investigações prévias, é considerada mentalmente incapaz. Por este crime, Neli pode ficar presa de um a três anos.O marido de Neli foi indiciado pelos mesmos crimes que ela. Dois irmãos da suposta sequestradora podem responder por falsidade ideológica , com pena prevista de um a cinco anos de prisão. José Antonio dos Santos e Antônio Maria da Silva Filho afirmaram em cartório que a criança de sete anos sequestrada era filha de Neli e de Jair. Os irmãos negam, entretanto, ter conhecimento de que se tratava de um sequestro.

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