Marcas chinesas ganham mercado, mas consumidores reclamam de muitos problemas, principalmente em relação à segurança e dá falta de treinamento na rede de concessionárias. Entre eles está o acendimento da luz EPC relativo a panes no conjunto do acelerador eletrônico, chicote elétrico e até o módulo da injeção.
custo/benefício, preços convidativos e garantias extensas. Com o incremento de mercado, reclamações começaram a pintar em sites como o Reclame Aqui (www.reclameaqui.com.br) ou comunidades sociais, a exemplo do Orkut. Longe do preconceito, o número de relatos acaba sendo reflexo do aumento de participação, como ocorre com outros carros vendidos em maior volume. Um grupo de donos do recém-lançado JAC J3 chamou a atenção para o acendimento da luz do Engine Power Control (EPC), que indica qualquer problema no conjunto de acelerador eletrônico, que inclui pedal, interruptores dos pedais de embreagem e de freio, chicote elétrico, corpo da borboleta e módulo da injeção. “Em menos de uma semana aconteceu o problema. Fui cinco vezes à concessionária e, na quinta vez, o pessoal sugeriu a troca do módulo de injeção, o que resolveu o problema”, afirma Carol Thiago Costa, de Curitiba, dono de um JAC J3. O aviso do EPC é seguido de uma aceleração excessiva do motor, e demora a cair a rotação, segundo os reclamantes.
A nota oficial da JAC Motors afirma que “a causa está em um conjunto de fatores que, quando combinados, pode originar o acendimento da luz-espia. O motivo primordial aparece no uso rotineiro e inadvertido do pedal de embreagem como descanso, hábito usual de alguns motoristas. Por meio da simples atualização de um software no módulo de gerenciamento do motor, o problema é contornado, sem que haja necessidade de substituição de qualquer componente. Não há qualquer risco de pane para o usuário. Basta que se faça a reprogramação do módulo".
NEGAÇÃO
A correlação entre o problema e o pedal de embreagem foi feito apenas a um dos proprietários contactados pela reportagem. Marco Antonio Moreno, de Curitiba, afirma que não tem esse hábito e, mesmo assim, a luz acendia. “Agora, depois da revisão dos 2.500 quilômetros está resolvido”, completa Marco, que se declara satisfeito com o carro. Os outros três entrevistados afirmam que essa não foi uma das muitas hipóteses levantadas pela rede. “Cada vez era uma explicação, eles experimentavam alguma coisa”, afirma Carol Thiago. “No meu caso, nem informaram nada disso, e ainda trocaram o módulo de injeção eletrônica”, afirma Gustavo Monteiro de São Bernardo do Campo (SP), dono de um J3 hatch. “Eu não tenho esse hábito, fiz até uma proteção de carpete onde tenho costume de apoiar o pé”, descarta Gustavo, cujo carro foi comprado em 19 de abril e apresentou o problema uma semana depois. O proprietário levou o carro à concessionária JAC Motors de Santo André, cidade vizinha do ABC, na qual escanearam a parte eletrônica e zeraram o sistema. Só que o problema reapareceu. Entre 9 e 16 de junho, o seu compacto ficou na concessionária, de onde saiu com promessas de que não voltaria. Só que o incômodo se repetiu e no dia 20 o J3 foi rebocado para Santo André, onde, dessa vez, trocaram o módulo da injeção eletrônica. “Depois da troca, não tive mais problemas”, afirma Gustavo Monteiro.
VAPORES
Alguns problemas recorrentes de modelos da Lifan também são citados na rede. No caso do hatch 320, aquele que emula um Mini Cooper, são mais comuns as falhas no funcionamento do velocímetro e um forte cheiro de combustível dentro do carro. “O carro com pouco mais de 500 quilômetros rodados já apresentou mais de 10 defeitos e cheira cronicamente a gasolina”, conta Bruno Azalim, de Belo Horizonte. “Temos registros de alguns casos do velocímetro. Como é o marcador de velocidade, consideramos muito importante por ser um item de segurança. Começamos há pouco mais de um mês um estudo sobre as causas e estamos na fase final de averiguação”, afirma Ronado Mazará Júnior, diretor de engenharia da Lifan e da Effa. Tão importante quanto é o cheiro de combustível dentro de alguns hatches também relatado por donos do Lifan 320. “Para ter cheiro de combustível, é necessário haver um vazamento. Nesse caso, estamos correndo com isso, pois pode ser algo simples ou grave. Até estamos fazendo testes na planta de montagem dos carros, no Uruguai. Já temos até medidas concretas, como colocar reforços ou um adesivo isolante. Pode ser caso de recall”, adianta Mazará.
CHERY
A demora na reparação de problemas também tem tirado o sono de consumidores de outras marcas chinesas bem vendidas, como a Chery. Marcio Romeiro, do Rio de Janeiro, comprou um Cielo em 2010 e reclamou de pequenos defeitos, alguns resolvidos, como o barulho no ventilador do painel e do escapamento, mas permaneceu o defeito na caixa de direção, que apresentava barulhos, vibrações e estalos. Sem a bucha necessária para o conserto, o carro ficou mais de um mês assim. “Só na revisão dos 20 mil quilômetros resolveram o problema, trocando a mangueira da direção hidráulica, além da suspensão, que batia no final do curso. Agora o carro está legal. Porém, estou processando a Chery por ter demorado mais de um mês para consertar o carro, como diz o Código de Defesa do Consumidor, mas até agora a Justiça não marcou audiência”, ressalta Marcio Romeiro. Os leitores Francisco de Souza, de Belo Horizonte, e Flávio Araújo, de Brasília, enviaram as mesmas reclamações sobre o modelo Cielo, já resolvidas pela fábrica.
Os carros chineses chegaram para ficar e conquistam cada vez mais espaço com base em receitas que primam pelo
custo/benefício, preços convidativos e garantias extensas. Com o incremento de mercado, reclamações começaram a pintar em sites como o Reclame Aqui (www.reclameaqui.com.br) ou comunidades sociais, a exemplo do Orkut. Longe do preconceito, o número de relatos acaba sendo reflexo do aumento de participação, como ocorre com outros carros vendidos em maior volume. Um grupo de donos do recém-lançado JAC J3 chamou a atenção para o acendimento da luz do Engine Power Control (EPC), que indica qualquer problema no conjunto de acelerador eletrônico, que inclui pedal, interruptores dos pedais de embreagem e de freio, chicote elétrico, corpo da borboleta e módulo da injeção. “Em menos de uma semana aconteceu o problema. Fui cinco vezes à concessionária e, na quinta vez, o pessoal sugeriu a troca do módulo de injeção, o que resolveu o problema”, afirma Carol Thiago Costa, de Curitiba, dono de um JAC J3. O aviso do EPC é seguido de uma aceleração excessiva do motor, e demora a cair a rotação, segundo os reclamantes.
A nota oficial da JAC Motors afirma que “a causa está em um conjunto de fatores que, quando combinados, pode originar o acendimento da luz-espia. O motivo primordial aparece no uso rotineiro e inadvertido do pedal de embreagem como descanso, hábito usual de alguns motoristas. Por meio da simples atualização de um software no módulo de gerenciamento do motor, o problema é contornado, sem que haja necessidade de substituição de qualquer componente. Não há qualquer risco de pane para o usuário. Basta que se faça a reprogramação do módulo".
NEGAÇÃO
A correlação entre o problema e o pedal de embreagem foi feito apenas a um dos proprietários contactados pela reportagem. Marco Antonio Moreno, de Curitiba, afirma que não tem esse hábito e, mesmo assim, a luz acendia. “Agora, depois da revisão dos 2.500 quilômetros está resolvido”, completa Marco, que se declara satisfeito com o carro. Os outros três entrevistados afirmam que essa não foi uma das muitas hipóteses levantadas pela rede. “Cada vez era uma explicação, eles experimentavam alguma coisa”, afirma Carol Thiago. “No meu caso, nem informaram nada disso, e ainda trocaram o módulo de injeção eletrônica”, afirma Gustavo Monteiro de São Bernardo do Campo (SP), dono de um J3 hatch. “Eu não tenho esse hábito, fiz até uma proteção de carpete onde tenho costume de apoiar o pé”, descarta Gustavo, cujo carro foi comprado em 19 de abril e apresentou o problema uma semana depois. O proprietário levou o carro à concessionária JAC Motors de Santo André, cidade vizinha do ABC, na qual escanearam a parte eletrônica e zeraram o sistema. Só que o problema reapareceu. Entre 9 e 16 de junho, o seu compacto ficou na concessionária, de onde saiu com promessas de que não voltaria. Só que o incômodo se repetiu e no dia 20 o J3 foi rebocado para Santo André, onde, dessa vez, trocaram o módulo da injeção eletrônica. “Depois da troca, não tive mais problemas”, afirma Gustavo Monteiro.
Concessionárias oferecem diferentes soluções para problema no motor do JAC J3
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A reprogramação passou longe da solução proposta para o modelo de Fábio Velloso, de Brasília. “O carro fica acelerado, demorando a cair de rotação em trocas de marcha”, relata Fábio. “Comprei o carro em 31 de março. Um mês depois apareceu o problema e fui lá, antes da revisão dos 2.500 quilômetros.” Fizeram uma revisão no sistema elétrico na concessionária JAC Motors Brasília SIA, onde garantiram a ele que o EPC não se acenderia novamente. Rodei apenas cinco minutos e a luz acendeu. Voltei à oficina, e o técnico falou que trocaria o gás do ar-condicionado. Um dia depois, o problema voltou. Ainda estou na expectativa”, reclama Fábio Velloso.
VAPORES
Alguns problemas recorrentes de modelos da Lifan também são citados na rede. No caso do hatch 320, aquele que emula um Mini Cooper, são mais comuns as falhas no funcionamento do velocímetro e um forte cheiro de combustível dentro do carro. “O carro com pouco mais de 500 quilômetros rodados já apresentou mais de 10 defeitos e cheira cronicamente a gasolina”, conta Bruno Azalim, de Belo Horizonte. “Temos registros de alguns casos do velocímetro. Como é o marcador de velocidade, consideramos muito importante por ser um item de segurança. Começamos há pouco mais de um mês um estudo sobre as causas e estamos na fase final de averiguação”, afirma Ronado Mazará Júnior, diretor de engenharia da Lifan e da Effa. Tão importante quanto é o cheiro de combustível dentro de alguns hatches também relatado por donos do Lifan 320. “Para ter cheiro de combustível, é necessário haver um vazamento. Nesse caso, estamos correndo com isso, pois pode ser algo simples ou grave. Até estamos fazendo testes na planta de montagem dos carros, no Uruguai. Já temos até medidas concretas, como colocar reforços ou um adesivo isolante. Pode ser caso de recall”, adianta Mazará.
CHERY
A demora na reparação de problemas também tem tirado o sono de consumidores de outras marcas chinesas bem vendidas, como a Chery. Marcio Romeiro, do Rio de Janeiro, comprou um Cielo em 2010 e reclamou de pequenos defeitos, alguns resolvidos, como o barulho no ventilador do painel e do escapamento, mas permaneceu o defeito na caixa de direção, que apresentava barulhos, vibrações e estalos. Sem a bucha necessária para o conserto, o carro ficou mais de um mês assim. “Só na revisão dos 20 mil quilômetros resolveram o problema, trocando a mangueira da direção hidráulica, além da suspensão, que batia no final do curso. Agora o carro está legal. Porém, estou processando a Chery por ter demorado mais de um mês para consertar o carro, como diz o Código de Defesa do Consumidor, mas até agora a Justiça não marcou audiência”, ressalta Marcio Romeiro. Os leitores Francisco de Souza, de Belo Horizonte, e Flávio Araújo, de Brasília, enviaram as mesmas reclamações sobre o modelo Cielo, já resolvidas pela fábrica.
Há reclamações sobre suspensão e direção no Chery Face, assim como no Cielo
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A demora na solução levou Lara Alves, também do Rio de Janeiro, a se desfazer do seu Face comprado em outubro de 2010. “O carro fazia uma barulheira no escapamento, a suspensão dava pancadas secas e os limpadores também tinham problemas. Três dias depois fui solucionar esses problemas na concessionária, que não conseguiu dar cabo deles. A ignição também deu curto. Não tive respostas da marca e decidi vender um carro em abril, deixando-o em uma concessionária Renault por R$ 18 mil”, lamenta Lara.
Fonte: Correio brasiliense
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