Michael, do Vôlei Futuro, afirma que foi hostilizado por torcedores do Sada/Cruzeiro durante jogo
SÃO PAULO - Um caso polêmico está agitando as semifinais da Superliga masculina de vôlei. Michael, jogador do Vôlei Futuro, afirma que foi alvo de homofobia durante a partida de sexta-feira diante do Sada/Cruzeiro em Contagem (MG). No confronto, a equipe da casa levou a melhor e saiu na frente na série melhor de três.
SÃO PAULO - Um caso polêmico está agitando as semifinais da Superliga masculina de vôlei. Michael, jogador do Vôlei Futuro, afirma que foi alvo de homofobia durante a partida de sexta-feira diante do Sada/Cruzeiro em Contagem (MG). No confronto, a equipe da casa levou a melhor e saiu na frente na série melhor de três.
Michael (dir.) ao lado de Ricardinho em jogo da Superliga
Michael, que é homossexual, disse que foi chamado de "bicha" pela maior parte dos torcedores presentes no ginásio, em coro. O árbitro não relatou o ocorrido na súmula, mas o Vôlei Futuro encaminhou um relatório ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) do vôlei e cobra providências.
"No jogo em Contagem eram cerca de duas mil pessoas, o ginásio estava super lotado e todos me chamando de 'bicha', 'gay' e outras ofensas. Me senti ofendido e constrangido pelo ocorrido. Não eram só alguns torcedores de torcida de futebol, eram crianças, mulheres, o ginásio inteiro gritando e me ofendendo. O jogo foi transmitido pela TV e não só quem estava no ginásio pode ouvir, mas todos que assistiram ao jogo pela TV no Brasil inteiro, depois da partida as pessoas em Araçatuba e de diversos lugares vieram me perguntar o que tinha acontecido e se mostraram muito solidárias. Eu poderia ter jogado melhor se não tivesse passado por esse constrangimento e me senti julgado pelo lado pessoal e não pelo profissional que sou. Acho que este tipo de acontecimento não deve passar em branco, realmente me fez muito mal, acho que deve ser divulgado e discutido para que isso não ocorra com mais ninguém", declarou o atleta.
"Sou gay, mas isso não precisa ser comentado. Todo mundo aqui sabe", disse posteriormente, em entrevista ao Globoesporte.com.
Vôlei Futuro reclama. A equipe de Araçatuba divulgou uma nota repudiando a atitude da torcida e dos dirigentes adversários. "Tratando-se da torcida do Cruzeiro, esta atuou de maneira feroz e preconceituosa, mostrando ódio, aversão e discriminação a um dos atletas do Vôlei Futuro, deixando claro o manifesto de homofobia dentro do Ginásio. O coro era de forma organizada, crianças, homens e mulheres se juntaram para cometer o tremendo desrespeito e discriminação com o atleta Michael", destaca o Vôlei Futuro.
O time do interior paulista também reclama da superlotação do local. Diz que se deparou com um segurança "aparentemente alcoolizado", afirma que não havia ingressos para a sua torcida e denuncia que o policiamento local era inferior à necessidade de pessoas presentes.
"Na saída mais um caso de desrespeito, do Ginásio até o ônibus da equipe não havia segurança ou membro da organização da equipe adversária. Nossos atletas passaram pelos torcedores que se agrupavam para xingá-los e desrespeitá-los", ressalta o comunicado.
Reposta. O Cruzeiro refuta as acusações e ainda ataca o rival. "Suspeitamos que tais 'denúncias' sejam uma nítida manobra no sentido de intimidar a nossa equipe e nossa torcida no jogo da volta em Araçatuba, no próximo sábado", diz, em nota. A equipe mineira teme hostilidade contra seus jogadores no próximo confronto.
De acordo com a diretoria cruzeirense, o jogo foi normal e a torcida fez uma festa bonita, como sempre acontece na Superliga. "O Cruzeiro não incentiva e nem apoia atos considerados como preconceituosos. Ao contrário, sempre pede que todos sejam tratados com respeito. Após a partida, funcionários da equipe Sada/Cruzeiro viram vários atletas do Vôlei Futuro, como Leandro Vissotto, Mário Jr e Michael tirando fotos e dando autógrafos para os torcedores, em sua maioria crianças e mulheres, num clima comum a um jogo de vôlei. Nenhuma confusão."
Além disso, o time de Minas Gerais declara que todos os integrantes da delegação do Vôlei Futuro foram bem recebidos no ginásio.
Fonte: O Estadão
"No jogo em Contagem eram cerca de duas mil pessoas, o ginásio estava super lotado e todos me chamando de 'bicha', 'gay' e outras ofensas. Me senti ofendido e constrangido pelo ocorrido. Não eram só alguns torcedores de torcida de futebol, eram crianças, mulheres, o ginásio inteiro gritando e me ofendendo. O jogo foi transmitido pela TV e não só quem estava no ginásio pode ouvir, mas todos que assistiram ao jogo pela TV no Brasil inteiro, depois da partida as pessoas em Araçatuba e de diversos lugares vieram me perguntar o que tinha acontecido e se mostraram muito solidárias. Eu poderia ter jogado melhor se não tivesse passado por esse constrangimento e me senti julgado pelo lado pessoal e não pelo profissional que sou. Acho que este tipo de acontecimento não deve passar em branco, realmente me fez muito mal, acho que deve ser divulgado e discutido para que isso não ocorra com mais ninguém", declarou o atleta.
"Sou gay, mas isso não precisa ser comentado. Todo mundo aqui sabe", disse posteriormente, em entrevista ao Globoesporte.com.
Vôlei Futuro reclama. A equipe de Araçatuba divulgou uma nota repudiando a atitude da torcida e dos dirigentes adversários. "Tratando-se da torcida do Cruzeiro, esta atuou de maneira feroz e preconceituosa, mostrando ódio, aversão e discriminação a um dos atletas do Vôlei Futuro, deixando claro o manifesto de homofobia dentro do Ginásio. O coro era de forma organizada, crianças, homens e mulheres se juntaram para cometer o tremendo desrespeito e discriminação com o atleta Michael", destaca o Vôlei Futuro.
O time do interior paulista também reclama da superlotação do local. Diz que se deparou com um segurança "aparentemente alcoolizado", afirma que não havia ingressos para a sua torcida e denuncia que o policiamento local era inferior à necessidade de pessoas presentes.
"Na saída mais um caso de desrespeito, do Ginásio até o ônibus da equipe não havia segurança ou membro da organização da equipe adversária. Nossos atletas passaram pelos torcedores que se agrupavam para xingá-los e desrespeitá-los", ressalta o comunicado.
Reposta. O Cruzeiro refuta as acusações e ainda ataca o rival. "Suspeitamos que tais 'denúncias' sejam uma nítida manobra no sentido de intimidar a nossa equipe e nossa torcida no jogo da volta em Araçatuba, no próximo sábado", diz, em nota. A equipe mineira teme hostilidade contra seus jogadores no próximo confronto.
De acordo com a diretoria cruzeirense, o jogo foi normal e a torcida fez uma festa bonita, como sempre acontece na Superliga. "O Cruzeiro não incentiva e nem apoia atos considerados como preconceituosos. Ao contrário, sempre pede que todos sejam tratados com respeito. Após a partida, funcionários da equipe Sada/Cruzeiro viram vários atletas do Vôlei Futuro, como Leandro Vissotto, Mário Jr e Michael tirando fotos e dando autógrafos para os torcedores, em sua maioria crianças e mulheres, num clima comum a um jogo de vôlei. Nenhuma confusão."
Além disso, o time de Minas Gerais declara que todos os integrantes da delegação do Vôlei Futuro foram bem recebidos no ginásio.
Fonte: O Estadão
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