Jorge Luiz Thais Martins, deixou o quartel do Corpo de Bombeiros, onde estava preso desde 28 de janeiro, depois de receber um habeas corpus nesta quarta-feira
*
O coronel Jorge Luiz Thais Martins estava preso desde o dia 28 de janeiro em um quartel do Corpo de Bombeiros em Curitiba. Ele é suspeito de ter matado nove pessoas
Dezenove dias depois de ter sido preso temporariamente, o ex-comandante do Corpo de Bombeiros, o coronel reformado Jorge Luiz Thais Martins, foi posto em liberdade, no fim da tarde desta quarta-feira (16). O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) deferiu o habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado pela defesa do coronel na terça-feira (15). Martins é suspeito de ter matado nove pessoas e baleado outras cinco, entre agosto de 2010 e janeiro deste ano.
O despacho foi assinado pelo desembargador Campos Marques, que considerou que a manutenção da preventiva implicava no “constrangimento ilegal” do coronel. No pedido, a defesa argumentou que o ato que determinou a prisão está “carente de fundamentação” e que não há indícios quanto a autoria dos crimes imputados ao ex-comandante. "A prisão temporária foi precipitada e sem fundamentos. O Tribual também entendeu assim', disse o advogado Elias Matar Assad.
Pontualmente às 18 horas, Martins saiu ao portão do Quartel do Corpo de Bombeiros do bairro Portão, onde estava preso, e por três minutos falou a jornalistas. Com a voz embargada e com um tom entre o rancor e o desabafo, ele agradeceu a família, a Deus, à Justiça e ao Corpo de Bombeiros, instituição a qual esteve ligado por 37 anos. “Eu sou um homem de bem”, disse.
Para o ex-comandante, a partir de agora se inicia um período de reconstrução. “É juntar caquinho por caquinho”, resumiu. O coronel voltou a alegar inocência e também se dirigiu à família das vítimas dos crimes dos quais é suspeito. “Eu tenho certeza que essas pessoas sentiram o que eu senti. Eu não quero isso para ninguém. Eu sofri o que eles estão sofrendo”, desabafou.
Martins deixou o quartel por volta das 18h30, no carro de um dos seus advogados, Silvio Micheletti, que avaliou que o habeas corpus deve dar mais “tranquilidade” à defesa.
Amigo pessoal de Martins, o comandante do quartel, tenente coronel Luiz Henrique Pombo não escondeu o alívio que sentiu com a liberdade do ex-comandante. “Dar uma notícia dessas [a Martins] é algo que 32 anos de carreira, como é o meu caso, não pagam", disse.
Advogado questiona investigações
Para o advogado Elias Mattar Assad, responsável pelo pedido de habeas corpus, as investigações apresentam falhas irreparáveis e “não há condições técnicas para que o MP-PR ofereça denúncia contra o coronel”. Ele atacou a sessão de reconhecimentos feita pela Polícia Civil, nas quais testemunhas e sobreviventes dos crimes apontaram Martins como autor dos crimes. “A imagem do coronel foi detonada na mídia. Acusação tornada pública para depois se fazer um ato de reconhecimento. Isso tem validade jurídica”, argumentou.
Veja a matéria na integra clicando aqui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário