Imagem de TV mostra chamas e fumaça negra no presídio de San Miguel;
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No mínimo 83 presos morreram em um incêndio no presídio de San Miguel, em Santiago, no Chile. O fogo teve início na manhã desta quarta-feira, segundo a imprensa local. Pelo menos 200 pessoas foram evacuadas do local
O aviso de incêndio foi feito por telefone celular de um preso que se encontrava no interior da prisão, às 5 horas de hoje. Não há informações sobre as causas do incêndio. Segundo o jornal "El Mercúrio", o fogo teve início após uma briga entre os detentos.
Segundo o jornal chileno "La Tercera", os guardas da prisão não permitiram a entrada dos bombeiros, o que provocou desespero entre os presos e os parentes que se encontravam do lado de fora da prisão.
O presídio de San Miguel conta com uma população de 1.900 presos, segundo Jaime Concha, chefe de operações do presídio. A capacidade do local é de 1.100 presos.
Dezenas de bombeiros combatem as chamas e ambulâncias foram chamadas para levar os feridos ao hospital.
O ministro da Justiça chileno, Felipe Bulnes, que se dirigiu ao local, qualificou o incêndio como "uma tragédia terrível. "Nós vamos determinar com rigor as responsabilidades", acrescentou.
"É preciso usar a informação de maneira responsável, depois se verá o momento para determinar as responsabilidades, os procedimentos. Nossa principal preocupação é dar alívio às famílias", disse.
Um dos presidiários que continuava dentro da penitenciária de San Miguel após o incêndio declarou, em uma ligação de um telefone celular à imprensa chilena, que "há muita fumaça no lugar" e exigiu ser retirado logo do local.
"O incêndio está controlado, mas temos pessoas vivas e estamos nos intoxicando com a fumaça. Estamos presos, os policiais estão para chegar para bater na gente com paus, com tudo, para nos bater por nada. Temos mais quarenta pessoas" na cadeia, afirmou o réu, que não quis se identificar, à rádio chilena Bío-Bío, segundo a agência Ansa.
"Estamos amontoados, vão me massacrar. Há muita fumaça no lugar. Aqui, por um telefone, batem em todos. Meu irmão está aqui", continuou o prisioneiro.
Uma mulher que se identificou como tia de Jesús Suárez, um dos presidiários, declarou à rede televisiva Chilevisión que "não é a primeira vez que isso ocorre aqui. Há oito anos ocorreu o mesmo e a polícia viu o que estava ocorrendo e não abriu a porta aos menores [de idade]. Por isso, daquela vez morreram várias crianças queimadas e agora ocorre o mesmo" com os presidiários.
"Sabemos que os menores estão pagando pelo que fizeram, mas não é para mantê-los como animais, porque também são seres humanos e chilenos", completou ela.
Uol. Notícias
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