Auxiliar de enfermagem chega para depor emdelegacia da Zona Norte
(Foto: Letícia Macedo/G1)
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Mulher de 26 anos admitiu à polícia nesta quarta troca de soro por vaselina. Delegado indiciou funcionária por homicídio culposo, sem intenção de matar.
O advogado da auxiliar de enfermagem Cátia Aragaki, de 26 anos, que teria aplicado vaselina no lugar de soro na menina Stephanie dos Santos Teixeira, de 12 anos, no Hospital São Luiz Gonzaga, na Zona Norte de São Paulo, disse que a mulher admitiu a troca em depoimento à polícia, ocorrido na tarde desta quarta-feira (8). “Ela foi induzida ao erro. É a frase que melhor explica o que aconteceu”, afirmou Roberto Vasconcelos da Gama. A funcionária acabou indiciada por homicídio culposo - quando não há intenção de matar.
No fim de semana, Stephanie chegou ao Hospital São Luiz Gonzaga com sintomas de virose e morreu depois de receber vaselina líquida, em vez de soro, na veia. Ela chegou a ser transferida para a Santa Casa, no Centro, mas não resistiu.
Segundo o advogado, Cátia admitiu ter administrado a vaselina na menina, mas afirmou ter sido induzida ao erro por causa da semelhança dos rótulos. A auxiliar chegou às 15h35 ao 73º Distrito Policial, no Jaçanã, para prestar esclarecimentos à polícia. Ela permanecia na delegacia por volta das 18h40, apesar de o depoimento ter acabado.
A auxiliar foi indiciada por homicídio culposo - quando não há intenção de matar. A informação é do delegado-assistente Antônio Carlos Corsi Sobrinho, do 73º DP. A pena prevista para o crime é de um a três anos de detenção. “É um erro que não pode acontecer, imperdoável”, afirmou o delegado.
Em seu depoimento à polícia, a auxiliar de enfermagem tentou explicar de que forma teria acontecido o erro. "Na hora de instalar a medicação, ela disse que pegou os dois frascos, vocês viram que são bem parecidos os rótulos, e ela leu em um hidratação e o outro passou a vista e pensou ter lido hidratação, mas era vaselina", revelou Corsi. O delegado afirmou que a mulher está "muito emocionada, traumatizada", e que "entende que, involuntariamente, causou a morte da menina".
O advogado da mulher considera que o problema foi gerado "pelo acondicionamento das substâncias" - o soro de reparação e a vaselina - no mesmo local, um armário. "Ela aplicou a vaselina justamente em uma total inconsciência em relação ao produto que continha o vasilhame. Nas circunstâncias em que estavam acondicionados as duas embalagens de vidro era impossível que qualquer pessoa percebesse a diferença na hora. Até porque não era do conhecimento dela, que administrava aqueles medicamentos, que existia envasado naquele mesmo tipo de recipiente de soro reparatório vaselina líquida", afirmou.
Segundo o advogado, ela é formada há dois anos e que há um ano e meio trabalhava no hospital. "Ela só está afastada, já que não tem condições de fazer qualquer tipo de atendimento, pois está muito abalado", disse.
Além da auxiliar de enfermagem, prestaram depoimento nesta quarta-feira dois médicos e uma advogada do hospital. Antes de concluir o inquérito, Corsi deverá ouvir mais dois médicos que estavam de plantão na sexta-feira.
Depois da troca dos medicamentos, o superintendente da Santa Casa, que administra o Hospital São Luiz Gonzaga, disse que a entidade pretende usar rótulos ou até vidros diferentes para guardar vaselina e soro. A medida deve ser tomada para que o erro não volte a acontecer.
Do G1.com
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