Um grande incêndio foi registrado ontem em área pertencente à Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), no bairro Costa e Silva. O fogo se alastrou rapidamente, destruindo cerca de três hectares da vegetação nativa e adentrando às instalações da Unidade Mossoró do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN). Apreensivos, moradores da região ajudaram para que as chamas fossem debeladas.
Através de fatores como clima seco, ventos fortes e mata seca, as chamas espalharam-se com facilidade, gerando ainda uma nuvem de fumaça perceptível em vários bairros da cidade. Temendo o avanço do fogo, a dona de casa Ana Lúcia Bezerra ofereceu água de sua residência para que o Corpo de Bombeiros abastecesse os veículos. "Eles vieram várias vezes, mas água acabava logo e são apenas dois carros. Cada vez que eles retornavam ao quartel novos focos surgiam. Já estava com medo, pois o fogo chegou perto das casas", diz Ana Bezerra em meio à densa fumaça.
Segundo o sargento Zacarias, foi necessário a atuação de 11 homens do 2º Batalhão do Corpo de Bombeiros, como também o auxílio da Petrobras, para debelar as chamas. "Foi preciso cerca de 35 mil litros de água para que o incêndio acabasse. Além disso, o apoio da estatal foi importante, pois nos concedeu um caminhão-pipa e três homens para ajudar no trabalho", explica o comandante da operação.
Moradores da região dizem que constantemente pequenas queimadas ocorrem. "Nunca com essa magnitude, mas frequentemente as pessoas queimam mato e lixo, principalmente durante a madrugada para dificultar a identificação da origem do fogo", conta o residente Valeriano.
Sargento Zacarias adverte que uma simples queimada de mato ou lixo doméstico pode gerar um incêndio de grandes proporções. "As pessoas devem acabar com esse hábito de atear fogo, pois pode ser muito perigoso e acarretar graves consequências tanto para o meio ambiente como para a própria população", ressalta.
Apesar do incêndio ter durado oito horas, a Defesa Civil de Mossoró tomou conhecimento depois que os focos tinham sido eliminados, não prestando assistência aos moradores das áreas atingidas pelo fogo.
Prejuízos
Além de danos ao meio ambiente, que segundo especialistas levará cerca de 5 anos para a recuperação natural da vegetação, moradores e instituições de ensino foram prejudicados. Como o fogo atingiu a parte externa das instalações do IFRN, queimando principalmente o mato localizado nas imediações do campo de futebol da instituição, as aulas do turno vespertino foram interrompidas. De acordo com o professor e coordenador do IFRN, Clóvis Costa, mais de 300 alunos foram liberados devido à fumaça que incomodava muito. No entanto, no período noturno as atividades foram retomadas.
"A fumaça estava muito forte dentro do prédio, não tinha nem como respirar. A partir das 14h os professores liberaram todos os alunos", revela a estudante do curso de Edificações, Joelma Mendonça.
Fonte: Jornal o Mossoroense
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