segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Nora de Kadhafi torturou a ama

Shweyga Mullah foi queimada com água a ferver pela nora de Kadhafi
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Torturada e abandonada à sua sorte quando a família Kadhafi fugiu de Tripoli, Shweyga Mullah, ama dos filhos de Hannibal Kadhafi, foi ontem encontrada por jornalistas da CNN numa das casas de praia do filho do ditador. Uma atrocidade revelada no dia em que os rebeldes anunciaram a morte de um dos filhos do coronel, Khamis, e que parte da família fugiu para a Argélia.

Shweyga, etíope de 30 anos, que tratava dos dois filhos de Hannibal, sentiu na pele o que significa recusar uma ordem ao clã Kadhafi. Há duas semanas, Aline Skaf, a mulher de Hannibal, ordenou a Shweyga que espancasse uma das crianças, que chorava. Shweyga recusou e Aline despejou-lhe água a ferver no corpo. Shweyga sofreu queimaduras graves, foi proibida de ir ao hospital e deixada para trás, quando a família fugiu.



Ontem, ainda, um comandante rebelde deu conta da morte em combate de um filho do ditador, Khamis, e o governo argelino confirmou que a mulher do coronel, Safia, a filha Aisha e dois filhos estavam refugiados no país. Quanto a Kadhafi, estará , em Bani Walid, a 100 quilómetros de Tripoli.


Quem também foi abandonado à beira da morte no leito de um hospital foi o bombista de Lockerbie, Abdelbaset al-Megrahi.


MODELO ESCAPA A LINCHAMENTO


Uma modelo holandesa amiga de Mutassim Kadhafi escapou por pouco a ser queimada viva pelos rebeldes durante a tomada de Tripoli. Talitha van Zon foi capturada quando tentava deixar o país e foi ameaçada de morte, mas conseguiu fugir.


DISCURSO DIRECTO


"CARÊNCIAS SÃO PREÇO DA REVOLUÇÃO": Tiago Setil, Português na Líbia


Correio da Manhã – A normalidade voltou de vez a Tripoli?


Tiago Setil – Sem dúvida. Em conversas de rua é isso mesmo que se comenta. O regresso das famílias à cidade, a reabertura das padarias, onde agora começam a trabalhar os líbios porque os estrangeiros saíram praticamente todos.


– Como é a adaptação ao trabalho?


– É como qualquer adaptação que se acredita para melhor. O que acontece é que há na Líbia uma geração inútil, sem ofício, a viver do subsídio e da família... Era a estratégia do ditador!


– E como é que essa geração encara a revolução?


– Com confiança. Falta energia, gasolina, água e, agora, também falta dinheiro porque os bancos fecharam... Carências que são o preço da revolução. – Não há revolta contra tanta privação?


– É o retrato do povo líbio: simples mas respeitador. As cidades estão desprotegidas mas não há vaga de crimes.

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