A passadeira onde o agressor tentou atropelar a ex-mulher fica junto à GNR de Monte Real
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Cego de ciúmes ao ver a ex-companheira com outro homem, José tentou atropelá-la quando atravessava uma passadeira, de mão dada com a filha de ambos, menina de 12 anos, anteontem à noite, em Monte Real, Leiria. Como falhou, José parou o carro e foi à bagageira buscar uma faca de cozinha para a atingir, mas foi travado a tempo pelo militar de serviço no posto da GNR, situado em frente à passadeira.
José, de 56 anos, encarregado de obras, residente em Pêro Pinheiro, foi de imediato detido e desarmado pelo militar da GNR, que numa revista ao carro encontrou e apreendeu outra faca de cozinha. Mesmo depois de algemado, o agressor repetiu as ameaças de morte que vinha fazendo desde que Conceição saiu de casa com a filha, na Cruz de Pau, há pouco mais de um ano.
"Ele não aceita o fim da nossa relação, mas eu não lhe dou mais chances, porque passei por muito sofrimento durante os 17 anos em que vivi com ele", contou ontem ao CM Conceição, 50 anos, deixando transparecer o medo de represálias que não a deixa descansada, perante as ameaças constantes, por telefone. "Ele diz que se mata, mas primeiro mata-me a mim", conta.
Durante a vida que tiveram em comum, Conceição diz ter-lhe dado "muitas chances". "Ele batia-me, sobretudo na cara para ficar marcada, muitas vezes à frente da menina, depois de beber uns copos, e eu não aguentava mais. Agora acabou-se, cada um vai à sua vida." Conceição apresentou várias queixas, por violência doméstica, mas quando o processo chegou ao Tribunal de Sintra José escreveu uma carta ao juiz a prometer pedir ajuda médica para mudar. A vítima acreditou, mas José "nunca foi ao médico e nunca fez nada para mudar". Há um ano, Conceição saiu de casa, fixando-se com a filha em Monte Real, onde José as foi descobrir. Foi a menor quem deu pela sua presença, poucos segundos antes de arrancar com o carro na direcção de ambas.
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