quinta-feira, 26 de maio de 2011

Homens que acordam várias vezes para ir ao banheiro podem ter doença na próstata

A hiperplasia benigna é uma doença comum em homens acima dos 50 anos
Foto:  Adriana Franciosi  /  Arquivo Pessoal 

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Comum em homens acima dos 50 anos, a hiperplasia benigna é uma doença na próstata, cujos sintomas são a urgência na necessidade de urinar, dor e sensação de não esvaziamento da bexiga. Casos avançados podem levar a retenção ou incontinência urinária e até problemas renais

Confira mitos e verdades sobre a saúde da próstata:
:: Ir ao banheiro várias vezes à noite pode ser o indício do começo de uma hiperplasia benigna
A doença começa silenciosa, sem alardes, aumentando aos poucos a frequência de urinar. Com o tempo, pode causar dor e a sensação de que a bexiga nunca se esvazia. Casos graves levam o homem à retenção ou incontinência urinária ou até a insuficiência renal.

— A hiperplasia benigna é a doença mais comum da próstata. Estudos mostram que atinge mais de 80% dos brasileiros acima de 50 anos, algo como 14 milhões de homens — explica Sandro Faria, diretor da Sociedade Brasileira de Urologia

:: Doença afeta o humor
De acordo com o especialista, a doença afeta a qualidade de vida do homem.

— A hiperplasia muda a rotina do homem e não o deixa ter uma noite tranquila de sono. Isso afeta o desempenho no trabalho, no humor, no casamento, na vida sexual — explica Faria.
:: Negligência masculina e mitos
A dificuldade, segundo o especialista, é que a hiperplasia benigna ainda é negligenciada.

— Há muitos casos de subdiagnóstico. Não temos dados estatísticos no Brasil, mas estima-se que, de seis milhões de pessoas que precisariam receber atenção ao problema, apenas 300 mil estão em tratamento — explica.

De acordo com o urologista, há ainda mitos sobre a condição.

— Não há nada comprovado que uma taça de vinho por dia ou alimentos como tomate e castanha ajudem a prevenir a doença na próstata — afirma.
:: Tratamento
Vários dos pacientes são tratados com medicamento, mas 30% deles precisam de cirurgia para reduzir o tamanho da próstata, mas técnicas mais avançadas estão se firmando no Brasil, como a cirurgia a laser.  A nova tecnologia, não invasiva, é mais rápida, não oferece risco para o paciente e  reduz o tempo de internação e recuperação.

— É um grande avanço, considerando que 30% dos afetados pela doença precisam fazer cirurgia devido ao aumento do volume do órgão — explica Faria.

:: Como é feito o diagnóstico da HBP?

É feito pela história clínica e toque retal. O ultrasson e o estudo urodinâmico são necessários em alguns casos.

Quais são as piores complicações da doença? O que acontece com o homem se ele não se tratar adequadamente?

As complicações impactam na qualidade de vida. Pode levar a uma disfunção da bexiga com incontinência urinária ou retenção urinária. A infecção urinária passa a ser frequente e alguns raros casos podem evoluir para insuficiência renal.

:: Há alguma complicação nas funções sexuais com esta doença?

Não há relação direta, mas existem trabalhos em que homens que tratam a HPB têm melhora da função sexual.

:: A HBP pode evoluir para um câncer?
Não. São patologias concomitantes, como enfisema e câncer de pulmão.

:: Há alguma causa definida? Pode ser genético?

O componente genético é importante. Filhos de pais com HPB têm seis vezes mais risco de ter a doença.

:: Há prevenção para a doença?

Diretamente não. Os fatores de risco são: genética, tabagismo, obesidade, diabetes.

:: É verdade que homens que tomam uma taça de vinho por dia têm menos propensão ao crescimento da próstata?

Não existe esse dado na literatura.

:: Há alimentos que favorecem a saúde da próstata?
Até ano passado acreditava-se nisso. Mas um estudo prospectivo e randomizado destruiu esse conceito. Tomate, castanha e outras vitaminas não fazem diferença.

BEM-ESTAR

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