Em imagem feita sob supervisão do governo líbio, população vai ao funeral de pessoas mortas pelos ataques da coalizão internacional na capital Trípoli, segundo afirmaram fontes do governo
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Governo de Muammar Gaddafi não sabe dizer quantos dos mortos eram civis
Pelo menos 114 pessoas morreram e 445 ficaram feridas durante os bombardeios desta semana da coalizão internacional sobre a Líbia, anunciou em entrevista coletiva nesta sexta-feira (25) à noite a autoridade do Ministério da Saúde líbio, Khaled Omar, sem especificar quantas delas eram civis.
- De 20 a 23 de março, 114 pessoas morreram e 445 ficaram feridas nos bombardeios.
Perguntado sobre as vítimas civis, Omar declarou que “não era da incumbência de seu ministério fazer uma distinção entre vítimas civis ou militares”.
Segundo a autoridade líbia, 104 pessoas morreram em Trípoli e suas imediações e dez em Sirte, cidade natal de Muammar Gaddafi, a mais de 600 km a leste de Trípoli.
Um primeiro registro anunciado na quinta-feira pelo porta-voz do regime, Musa Ibrahim, indicou “cerca de cem mortos” entre os civis.
Se isso for confirmado, o número de mortos e feridos na semana deve ser bem maior, já que as informações são parciais e violentos confrontos continuaram a ocorrer no país, principalmente na cidade de Misrata, no leste da Líbia, onde rebeldes anunciaram ter matado 30 franco-atiradores do exército leal a Gaddafi nesta quinta-feira (24).
Mais de cem pessoas morreram no conflito que se instalou em Misrata, reduto rebelde ao leste de Trípoli. Segundo a agência de notícias France Presse, forças leais ao coronel Gaddafi, há 41 anos no poder, mataram 109 pessoas e feriram cerca de 1.300 em apenas uma semana. A informação é de um médico de um hospital local, que não quis se identificar.
Rebeldes descrevem cenas macabras na Líbia
Corpos mutilados, colocados em carros sem as orelhas e com música alta, em fileiras. Essa é uma das imagens descritas por rebeldes que se aventuram na periferia de Ajdabiya, cidade de importante acesso para a capital opositora ao ditador Gaddafi, Benghazi.
As testemunhas afirmaram ao jornal parisiense Le Monde terem visto sinais de aproximação de tropas leais a Gaddafi com agentes líbios e mercenários.
O regime do ditador é acusado de empregar estrangeiros vindos de países mais ao sul da África, mas também de localidades na Ásia e na Europa, como a Ucrânia. Os mercenários, responsabilizados por torturas e mortes brutais, são temidos na Líbia.
Desde o início dos confrontos há diversas alegações de desrespeito aos direitos humanos, como a utilização de escudos humanos e bombardeios a hospitais e ambulâncias.
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