sexta-feira, 25 de março de 2011

Bombardeios da coalizão mataram 114 em uma semana, dizem autoridades líbias

Em imagem feita sob supervisão do governo líbio, população vai ao funeral de pessoas mortas pelos ataques da coalizão internacional na capital Trípoli, segundo afirmaram fontes do governo
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Governo de Muammar Gaddafi não sabe dizer quantos dos mortos eram civis
Pelo menos 114 pessoas morreram e 445 ficaram feridas durante os bombardeios desta semana da coalizão internacional sobre a Líbia, anunciou em entrevista coletiva nesta sexta-feira (25) à noite a autoridade do Ministério da Saúde líbio, Khaled Omar, sem especificar quantas delas eram civis.


- De 20 a 23 de março, 114 pessoas morreram e 445 ficaram feridas nos bombardeios.

Perguntado sobre as vítimas civis, Omar declarou que “não era da incumbência de seu ministério fazer uma distinção entre vítimas civis ou militares”.


Segundo a autoridade líbia, 104 pessoas morreram em Trípoli e suas imediações e dez em Sirte, cidade natal de Muammar Gaddafi, a mais de 600 km a leste de Trípoli.

Um primeiro registro anunciado na quinta-feira pelo porta-voz do regime, Musa Ibrahim, indicou “cerca de cem mortos” entre os civis.

Se isso for confirmado, o número de mortos e feridos na semana deve ser bem maior, já que as informações são parciais e violentos confrontos continuaram a ocorrer no país, principalmente na cidade de Misrata, no leste da Líbia, onde rebeldes anunciaram ter matado 30 franco-atiradores do exército leal a Gaddafi nesta quinta-feira (24).

Mais de cem pessoas morreram no conflito que se instalou em Misrata, reduto rebelde ao leste de Trípoli. Segundo a agência de notícias France Presse, forças leais ao coronel Gaddafi, há 41 anos no poder, mataram 109 pessoas e feriram cerca de 1.300 em apenas uma semana. A informação é de um médico de um hospital local, que não quis se identificar.

Rebeldes descrevem cenas macabras na Líbia

Corpos mutilados, colocados em carros sem as orelhas e com música alta, em fileiras. Essa é uma das imagens descritas por rebeldes que se aventuram na periferia de Ajdabiya, cidade de importante acesso para a capital opositora ao ditador Gaddafi, Benghazi.

As testemunhas afirmaram ao jornal parisiense Le Monde terem visto sinais de aproximação de tropas leais a Gaddafi com agentes líbios e mercenários.

O regime do ditador é acusado de empregar estrangeiros vindos de países mais ao sul da África, mas também de localidades na Ásia e na Europa, como a Ucrânia. Os mercenários, responsabilizados por torturas e mortes brutais, são temidos na Líbia.

Desde o início dos confrontos há diversas alegações de desrespeito aos direitos humanos, como a utilização de escudos humanos e bombardeios a hospitais e ambulâncias.

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