quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

“Pensei que ia morrer”

Camião com carregamento de batatas invadiu faixa contrária, atingindo três ligeiros que seguiam no sentido Sul-Norte. Testemunhas e vítimas envolvidas no acidente dizem que foi “milagre não morrer ninguém”
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"Foi o maior susto da minha vida, pensei que ia morrer." O relato é de Manuel Cerca, condutor da primeira viatura abalroada ontem num acidente na A23, entre Guarda e Belmonte, por um camião que provocou dois feridos graves e três feridos ligeiros, entre eles uma criança.

Este foi um dos casos mais trágicos entre os seis acidentes considerados "particularmente graves" registados ontem, até às 21h30, no primeiro dia da operação ‘Natal Seguro’, da GNR. Ao todo, só ontem a Guarda registou dois mortos (ver caixas), cinco feridos graves e quatro ligeiros.



Na A23, um pesado de mercadorias, com um carregamento de batatas, que seguia para sul, terá embatido na traseira de um ligeiro "e entrado em despiste", contou ao CM o sargento-ajudante Ramos, do destacamento de Trânsito da GNR da Guarda. O pesado entrou depois em despiste, galgando o separador central. No sentido contrário seguia uma viatura que, para evitar uma colisão frontal com o camião, se despistou e saiu da auto-estrada, embatendo numa placa informativa. Segundo apurou o CM, na viatura ligeira seguia uma família "oriunda de Cascais e que seguia para França, para passar o Natal". As vítimas, depois de desencarceradas, foram transportadas pelos bombeiros para o Hospital Sousa Martins, na Guarda.


O condutor da primeira viatura em que embateu o camião, Manuel Cerca, de 80 anos, apesar do susto, ficou "aliviado". "Ia com a minha mulher a Belmonte levar algumas coisa para o Natal e pensei que já não o comemorava, que não saía daqui vivo, mas foi também um milagre. porque felizmente não morreu ninguém."


O acidente ocorreu às 14h20 e obrigou ao encerramento da auto-estrada durante quatro horas. A GNR desviou a circulação para a estrada nacional EN18, para evitar que se criasse longas filas.


"CONDUZ-SE MUITO RÁPIDO": Tenente-coronel Costa Lima, Porta-voz da GNR


Correio da Manhã – A velocidade é o maior inimigo nesta época festiva?


Costa Lima – A maior prenda que podiam dar aos militares da GNR era as pessoas conduzirem devagar. Em Portugal ainda se conduz muito rápido. Há que adequar a velocidade à estrada e às condições climatéricas.


– Quais vão ser as alturas críticas no trânsito?


– Depois do meio-dia de sexta--feira [hoje] e de domingo.


– Que conselho pode deixar aos condutores?


– Que não facilitem e tenham apenas pressa antes de entrarem no carro e depois de saírem. E que quando entrarem no carro se lembrem das pessoas que vão no banco de trás e naquelas que as esperam no destino.


COLISÃO CAUSA UM MORTO E O CAOS NA A2


Uma violenta colisão entre dois veículos de transporte de mercadorias na A2, próximo de Alcácer do Sal, causou ontem a morte a um homem de 28 anos e feriu dois, um dos quais com gravidade. Segundo fonte da GNR, o acidente, ocorrido pelas 11h00 no sentido sul-norte, terá sido provocado por uma ultrapassagem mal calculada. A vítima mortal, residente em Cercal do Alentejo, era ocupante da viatura que transportava lenha. O ferido grave era o condutor. No outro veículo sinistrado, que transportava produtos alimentares, seguia apenas o condutor, de 40 anos. O acidente causou ainda uma fila de quilómetros devido ao corte do trânsito durante uma hora.


DESPISTE CONTRA EUCALIPTO PROVOCA MORTE DE CONDUTORA


Uma mulher de 50 anos morreu ontem, na sequência do despiste do carro que conduzia, em Barqueiros, no concelho de Barcelos.


Maria José Fernandes Pereira seguia, como todos os dias, para a Apúlia, no concelho de Esposende, quando, a cerca de dois quilómetros de casa, entrou em despiste e embateu violentamente num eucalipto.


O acidente ocorreu pouco depois das 10h00, numa recta, ainda na freguesia de Barqueiros, e a mulher teve morte imediata.


O desastre está a ser investigado pela Unidade de Trânsito da GNR, que suspeita da intervenção de terceiros, embora não sejam conhecidas testemunhas do acidente. O facto de o despiste ter ocorrido numa recta e de a condutora conhecer bem a estrada, que fazia diariamente desde há vários anos, causa estranheza aos familiares e às próprias autoridades.

Ao que apurámos, o Opel Corsa que Maria José conduzia terá entrado numa poça de água na berma. A dúvida é se antes terá levado um toque de outro veículo.

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