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Mais de mil trabalhos científicos e cerca de 30 palestras com temas envolvendo a produção animal é o que os participantes do VI Congresso de Nordestino de Produção Animal encontram até quinta-feira, 2, nas dependências dos Hotéis Themas e Garbos, e no Campus da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, em Mossoró. O Congresso reúne mais de 1.300 participantes de toda região é considerado um sucesso pelos organizadores, sendo o terceiro maior evento do país nessa área do conhecimento.
Além de estudantes e pesquisadores em produção animal, há também no Congresso a participação de muitos produtores. “Aqui, o produtor tem a oportunidade de interagir com técnicos e cientistas adquirindo conhecimento prático para o aumento da produção”, revela a presidente da Sociedade Nordestina de Produção Animal e professora do Departamento de Ciência Animal da UFERSA, Débora Façanha.
Ainda segundo a presidente da SNPA, professora Débora Façanha, a temática geral do Congresso foi traçada com a proposta de englobar todas as demandas regionais na área da produção animal, beneficiando, de forma ampliada, todas as etapas da produção. São trabalhos voltados para a produção de carne, leite, novas tecnologias, mudanças climáticas, sistema de produção, entre outros.
O Congresso de Produção Animal congrega ainda a realização de uma exposição de raças nativas de caprinos e ovinos e uma feira agroecológica, além de um parque temático sobre o ambiente do semiárido. “É uma forma de quebrar aquele paradigma de que um congresso científico é voltado apenas para a academia”, informa a professora Débora ao justificar a socialização do evento com os demais segmentos da área de produção animal.
Simultâneos com o Congresso, estão acontecendo o XII Simpósio Nordestino de Alimentação de Ruminantes, o I Fórum de Coordenadores de Pós-Graduação e Produção Animal do Nordeste e, ainda, o I Fórum de Agroecologia do RN. Para o presidente do Instituto Nacional do Semi-Árido e um dos palestrantes do Congresso, professor Roberto Germano, é de suma importância se discutir as perspectivas de crescimento e fortalecimento dos cursos de pós-graduação na região do semiárido.
PARTICIPANTES – Nesta quarta-feira, 1/12, a partir das 8h da manhã, o professor Roberto Germano, estará proferindo palestra sobre Políticas de Ciências, Tecnologia e Inovações para a Produção Animal no Semiárido, no Hotel Themas. Na ocasião, o professor também fará um balanço do Plano de Ação de Ciência, Tecnologia e Inovação, do Ministério da Ciência e Tecnologia, 2007-2010, e as perspectivas para o Plano de Ação 2011-2015.
Além dos estudantes de graduação e pós-graduação, o Congresso Nordestino de Produção Animal conta também com a participação de estudantes do ensino médio. Esse é o caso da estudante Fabjane Samille, que integra uma comitiva formada por 25 alunos do Curso Técnico de Zootecnia do IF-PE. “O Congresso está muito bem organizado com temas bastante diversificados para os diversos níveis de conhecimento”, opinou a estudante.
Segundo Samille, a abertura no Teatro Dix-Huit Rosado, foi “fantástica” ao abordar as danças regionais com muita expressão corporal. A estudante do IF-PE também aproveitou para parabenizar o professor Rodolfo de Moraes Peixoto, do IF-PE, pela premiação de melhor dissertação de mestrado, concedida durante a solenidade de abertura do Congresso de Produção Animal.
Outro estudante que parabenizou a organização do Congresso foi Daniel Bonfim Moreira, que cursa Zootecnia na Universidade Federal do Vale do São Francisco. “Apesar dos eventos acontecerem em locais distintos, os temas que estão sendo apresentados são pertinentes e voltados para a atualidade e para a realidade da nossa região”, opinou o estudante que apresenta o trabalho Desempenho Produtivo de Ovino e Pastejo Irrigado Suplementados com Resíduos do Biodiesel.
TRABALHOS – Até quinta-feira, 2, serão oferecidas palestras, minisimpósios e minicursos, com presenças de professores de universidades internacionais. Um dos palestrantes convidados é o Professor Dr Riccardo Bozzi, da Unifi (Itália), o professor Dr. Christofer O’ Neil (Austrália) e o Professor Dr Juan Vicente Delgado Bermejo, da Universidade de Córdoba (Espanha).
Na área externa do Hotel Thermas a organização do Congresso montou um espaço para apresentações de trabalhos em pôsteres e estandes. Um dos que mais chama atenção dos visitantes é o projeto do curso de Engenharia de Pesca da UFERSA, em parceria com a empresa Tilápia Lawrence, no município de Brejinho, no Rio Grande do Norte.
“O objetivo desse projeto é obter um bom produto na etapa inicial da tilapia garantindo o sucesso da tilapicultura”, explica a professora da disciplina piscicultura, Virginia Cavalari. O projeto acontece com a produção de alevinos, reversão sexual e engorda dos peixes em gaiolas. Com esse processo, as tilápias chegam a alcançar peso entre 800g a 1k, num período de seis meses.
ENGENHARIA
Professores de Pesca participam de Rede de Pesquisa em Piscicultura
Os professores do curso de Engenharia de Pesca da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Felipe Ribeiro e Alex Augusto, participaram na semana passada, da reunião da Rede de Pesquisas em Piscicultura Marinha – REPIMAR. A rede é uma iniciativa da EMBRAPA e Ministério da Pesca e Aquicultura e reúne pesquisadores de todo o Brasil. A missão é desenvolver tecnologias de produção sustentáveis de peixes marinhos, mais especificamente o bijupirá ou beijupirá (Rachycentrum canadum).
A participação dos professores da UFERSA possibilitou uma maior aproximação entre os pesquisadores e melhor entendimento do papel que cada um desempenha dentro da rede. Houve uma intensa troca de idéias e a discussão sobre os rumos dos projetos e como cada um pode se interligar mais aos outros. Os professores ainda tiveram a oportunidade de visitar a primeira estrutura de pesquisa em piscicultura marinha em gaiolas instalada em mar aberto do Brasil, do projeto Cação de Escamas, coordenado pelo Prof Ronaldo Cavalli da UFRPE.
Esta espécie, nativa da costa brasileira, tem um excelente potencial para a piscicultura devido ao seu crescimento e qualidade de carne. Essa é uma grande aposta do Ministério da Pesca e Aquicultura, que em conjunto com a EMBRAPA e outros órgãos de fomento somam financiamentos da ordem de R$ 3,7 milhões para os projetos de pesquisa da Rede.
Dentro da sub-rede “Nutrição, Sanidade e Valor de beijupirá cultivado no Nordeste do País”, o Prof Alex Augusto coordena o Projeto “Técnicas de Processamento e Beneficiamento Visando Agregação de Valor do Beijupirá Cultivado em Viveiros”, e os professores Celicina Azevedo e Felipe Ribeiro, coordenam o projeto “Influência da salinidade no desempenho do beijupirá e engorda em viveiros escavados”. Os projetos já estão em andamento no Setor de Aquicultura da UFERSA e os professores estão muito otimistas quantos aos resultados preliminares.
Crédito das fotos: Ufersa