Da Tribuna do Norte
Vingança. Este foi o motivo revelado pelo desempregado João Francisco dos Santos para assassinar o jornalista F. Gomes. Após vários depoimentos ao delegado Ronaldo Gomes, que preside o inquérito acerca do crime, Dão, como é conhecido o criminoso, afirmou que já havia jurado o comunicador de morte desde 2007, quando foi preso por roubo qualificado. Segundo o depoimento que Dão prestou ao delegado Ronaldo Gomes, F. Gomes teria dado grande visibilidade ao crime praticado por ele e, supostamente por esse motivo, a Justiça teria decidido manter o criminoso em regime fechado durante um ano e meio, e não sete meses, como esperava Dão. Com esse argumento, ele afirmou que iniciou o "plano" para matar F. Gomes.
Garantindo que sua mulher não sabia sobre o plano de matar o jornalista, Dão disse que passou 30 dias acompanhando a rotina de F. Gomes e sabendo que ele tinha hábito de ficar na calçada com amigos no início da noite. Depois disso, ele comprou uma arma em Caicó e decidiu executar o jornalista na noite de segunda-feira (18). Porém, ele deixou pistas do homicídio. O delegado Ronaldo Gomes explicou que Dão foi solto no início da madrugada porque, naquele momento, não havia indícios de que ele seria o autor dos disparos que mataram F. Gomes. No entanto, depois que a polícia encontrou a jaqueta, calça, sandália e camisas do suspeito no bairro Paraíba, foi possível identificar o criminoso.
O pedido de prisão temporária de 30 dias foi acatado pela Justiça, com a possibilidade de mais 30 dias. Sob os gritos de assassino, Dão foi conduzido da delegacia para o Presídio Estadual do Seridó, o chamado Pereirão. Mesmo com a confissão e versão de Dão sobre o crime, Ronaldo Gomes garantiu que a investigação vai continuar porque o depoimento sobre o caso foi "muito simples". A possibilidade de que o crime estivesse ligado à denúncia de compra de votos com crack está descartada, mas ainda há a possibilidade de que haja um mandante para o crime. O traficante e assaltante Valdir Souza do Nascimento, preso em Alcaçuz, teria ligação com Dão e também já havia ameaçado F. Gomes de morte. Segundo informações de Caicó, Dão já teria cumprido algumas ordens de Valdir e, mesmo preso, há investigação se ele foi o mandante do crime.
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