quinta-feira, 13 de outubro de 2011

“Em Alcaçuz, alguma coisa muito grave vai acontecer”

Nos últimos dois dias, uma onda de rebeliões nas penitenciárias do Estado deixou um lastro de destruição e expôs mais uma vez a incapacidade dos gestores em dar definitiva solução ao problema.


Natal, Parnamirim, Mossoró e Caicó registraram motins em seus presídios. E nesse meio tempo, a Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania acorreu, preventivamente, transferindo presos e problemas.

De Leste a Oeste, celas e grades foram colocadas abaixo. Os motins foram motivados pelos problemas já conhecidos de superlotação e precariedades e ampliados em razão da negativa de agentes penitenciários em receber alimentos e produtos de higiene para os apenados. Foi o estopim.

Nem mesmo o Governo do Estado quantificou ainda os prejuízos. Mas é possível falar sobre números: no presídio da Zona Norte de Natal, por exemplo, a capacidade é de até 160 presos. Há cerca de 500.

Dá para imaginar o que vai acontecer de novo, não é mesmo?

Ontem, o Tribunal de Justiça do RN decretou ilegal a greve dos agentes penitenciários. Eles devem voltar ao trabalho, sob pena de multa diária de R$ 100 mil ao sindicato da classe.

Os agentes alertam para os riscos vividos dentro das unidades prisionais. Em Alcaçuz, por exemplo, um agente não pisa dentro dos pavilhões há quatro dias, disse a vice-presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do RN, Wilma Batista, o Novo Jornal.

Lá, são os próprios apenados que abrem e fecham as carceragens. “Em Alcaçuz, alguma coisa muito grave vai acontecer”, disse Wilma.

Não foi por falta de aviso.

Blog do BG

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