Preta Gil, envolvida em polêmica com o deputado Jair Bolsonaro, diz que "vai lutar" para que ele não se reeleja
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A cantora Preta Gil disse nesta terça-feira, durante um seminário na Câmara dos Deputados, que "vai lutar" para que o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) não seja reeleito no Rio de Janeiro. A cantora está no centro da polêmica envolvendo o parlamentar.
Há dois meses, Preta Gil perguntou a Bolsonaro como ele reagiria se seu filho se apaixonasse por uma negra. A pergunta foi feita para o programa CQC, da TV Bandeirantes.
O parlamentar respondeu: "Preta, não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco e meus filhos foram muito bem educados. E não viveram em ambiente como lamentavelmente é o teu." Bolsonaro disse, depois, que pensou que a pergunta se referisse a um relacionamento gay.
"Fui atacada injustamente. Infelizmente, o Congresso também tem uma banda podre, como esse deputado que não quero e não vou citar o nome porque ele não merece", afirmou para a plateia, que lotava o auditório da Câmara dos Deputados.
"O que ele quer é ibope, é aparecer às nossas custas", completou.
Sob aplausos, ela disse que saiu "fortalecida" do episódio. O seminário sobre casamento civil entre homossexuais estava repleto de grupos e associações gays. Parlamentares que atuam pela causa LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) também estavam presentes.
Outros parlamentares, como Jean Wyllys (PSOL-RJ) e Manuela D'Ávila (PCdoB-RS), também se referiram ao episódio, mas não citaram o nome do deputado. A expectativa é que Bolsonaro compareça ao seminário à tarde.
PRESSÃO
Grupos gays aproveitaram o seminário para pressionar o Congresso pela aprovação do projeto de lei 122, que torna crime a homofobia.
O presidente da ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), Toni Reis, levou um documento com 100,3 mil assinaturas em favor da proposta, que tem provocado polêmica no Congresso.
"Estamos abertos ao debate, mas queremos nossos direitos", disse Reis, que entregou o documento à presidência da Câmara.
O presidente da ABGLT acabou ficando em uma "saia justa", durante seu discurso no seminário. Ele chamou seu companheiro, com quem assinou união estável na semana passada, para ocupar a bancada. O público que estava no auditório da Câmara começou a entoar "beija, beija".
Reis disse que só daria um beijo na bochecha de seu companheiro. "Essa é uma casa séria", justificou, rindo.
Fonte: Folha de São Paulo
Frederico Rozário/Divulgação/TV Globo
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