Cerca de 300 crianças que buscam o pronto-atendimento do Hospital Infantil Maria Alice Fernandes, conjunto Parque dos Coqueiros, Zona Norte de Natal, diariamente ficarão sem atendimento a partir de hoje. O pronto-socorro foi fechado por falta de pediatras e, segundo o secretário estadual de Saúde, Domício Arruda, só deverá reabrir no início de maio, quando a secretaria fechar novamente a escala de plantão. Só crianças em estado grave estão sendo atendidas. Segundo as atendentes, que não quiseram se identificar, a direção só se pronunciará sobre o assunto na próxima segunda-feira.
“Ela disse que ele não podia ser atendido aqui; que só tinha um pediatra de plantão para atender os casos graves e que só voltaria a atender todas as crianças quando a governadora mandasse mais pediatras para o hospital”.
A cena revoltou Edmilson Diniz, motorista da ambulância. “Se soubesse que estava fechado, não tinha vindo aqui. Acho um descaso muito grande com a população”. De lá, a ambulância seguiu para o Hospital Santa Catarina, também na Zona Norte. A última opção seria o Walfredo Gurgel. Em Maxaranguape, município onde mora, não há pediatra, segundo Rosângela. Há apenas um clínico geral, que atende crianças e adultos.
“Situação já havia sido comunicada", diz médico
De acordo com o médico José Madson Vidal, que atende no Maria Alice, a falta de pediatras e provável suspensão do pronto-atendimento já haviam sido comunicadas a várias entidades, como Secretaria Estadual de Saúde, Conselho Regional de Medicina e Ministério Público do Rio Grande do Norte.
“Eles sabiam, desde o começo do mês, que a escala de plantão só ia até dia 21 e que não teria pediatra até dia 31 de abril”. Segundo Madson, todos os pediatras que trabalham no Maria Alice já cumpriram sua carga horária este mês: 12 plantões de 12 horas, cada. Ele diz não saber para onde estão indo as 300 crianças que buscam atendimento no hospital infantil todos os dias. “A população não pode ficar calada diante disso”, afirmou.
Pronto-atendimento é responsabilidade da rede de saúde básica
Segundo Domício Arruda, secretário estadual de Saúde, pronto-atendimento é responsabilidade do Município e não do Estado. Ele relembrou que há uma ação do Ministério Público Estadual exigindo que a Secretaria feche os pronto-atendimentos dos hospitais regionais.
“Mas até agora a gente não conseguiu fazer isso”. Segundo ele, 90% dos casos atendidos no Maria Alice são ambulatoriais, ou seja, poderiam ser atendidos em unidades de saúde. O problema é que “há um déficit crônico de pediatra”, afirma.
De acordo com Domício, a Secretaria buscou várias alternativas para não fechar o pronto-socorro do Maria Alice. Convocou médicos concursados (dos seis convocados, cinco deixaram o hospital nas últimas semanas), transferiu pediatras de Macaíba (que não apareceram), tentou remanejar pediatras de Parnamirim, pagar hora extra aos pediatras que já trabalham no hospital infantil. Nenhuma das alternativas deu certo.
“Tentamos de todas as formas. Como não temos pediatra até o final do mês, tivemos que tomar esta medida extrema: fechar o pronto-socorro”.
Foto: Aldair Dantas
Fonte: Tribuna do norte
Maria ALice Fernandes está fechado por falta de médicos pediatras
*
A assistente de serviços gerais, Rosângela de Lima e Silva, 36, percorreu quase 50 km, de Maxaranguape a Natal, numa ambulância com o filho, de dois anos e sete meses. Intoxicado e em meio a uma crise alérgica, ele não conseguiu ser atendido no Maria Alice Fernandes. Uma médica, segundo Rosângela, chegou a sair do hospital, ir até a ambulância, onde o menino estava, e examiná-lo.
“Ela disse que ele não podia ser atendido aqui; que só tinha um pediatra de plantão para atender os casos graves e que só voltaria a atender todas as crianças quando a governadora mandasse mais pediatras para o hospital”.
A cena revoltou Edmilson Diniz, motorista da ambulância. “Se soubesse que estava fechado, não tinha vindo aqui. Acho um descaso muito grande com a população”. De lá, a ambulância seguiu para o Hospital Santa Catarina, também na Zona Norte. A última opção seria o Walfredo Gurgel. Em Maxaranguape, município onde mora, não há pediatra, segundo Rosângela. Há apenas um clínico geral, que atende crianças e adultos.
“Situação já havia sido comunicada", diz médico
De acordo com o médico José Madson Vidal, que atende no Maria Alice, a falta de pediatras e provável suspensão do pronto-atendimento já haviam sido comunicadas a várias entidades, como Secretaria Estadual de Saúde, Conselho Regional de Medicina e Ministério Público do Rio Grande do Norte.
“Eles sabiam, desde o começo do mês, que a escala de plantão só ia até dia 21 e que não teria pediatra até dia 31 de abril”. Segundo Madson, todos os pediatras que trabalham no Maria Alice já cumpriram sua carga horária este mês: 12 plantões de 12 horas, cada. Ele diz não saber para onde estão indo as 300 crianças que buscam atendimento no hospital infantil todos os dias. “A população não pode ficar calada diante disso”, afirmou.
Pronto-atendimento é responsabilidade da rede de saúde básica
Segundo Domício Arruda, secretário estadual de Saúde, pronto-atendimento é responsabilidade do Município e não do Estado. Ele relembrou que há uma ação do Ministério Público Estadual exigindo que a Secretaria feche os pronto-atendimentos dos hospitais regionais.
“Mas até agora a gente não conseguiu fazer isso”. Segundo ele, 90% dos casos atendidos no Maria Alice são ambulatoriais, ou seja, poderiam ser atendidos em unidades de saúde. O problema é que “há um déficit crônico de pediatra”, afirma.
De acordo com Domício, a Secretaria buscou várias alternativas para não fechar o pronto-socorro do Maria Alice. Convocou médicos concursados (dos seis convocados, cinco deixaram o hospital nas últimas semanas), transferiu pediatras de Macaíba (que não apareceram), tentou remanejar pediatras de Parnamirim, pagar hora extra aos pediatras que já trabalham no hospital infantil. Nenhuma das alternativas deu certo.
“Tentamos de todas as formas. Como não temos pediatra até o final do mês, tivemos que tomar esta medida extrema: fechar o pronto-socorro”.
Foto: Aldair Dantas
Fonte: Tribuna do norte
Nenhum comentário:
Postar um comentário