sexta-feira, 22 de abril de 2011

Filipinas repete tradição violenta de crucificação

Crente a ser crucificado nas celebrações da páscoa nas Filipinas
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Na localidade de San Pedro Cutud, a cerca de 70 quilómetros a norte de Manila, milhares de filipinos e estrangeiros enfrentaram um intenso calor, esta sexta-feira, para assistir à crucificação de uma dezena de penitentes seguidores de Jesus Cristo, que, segundo a fé católica, morreu crucificado e ressuscitou no domingo de Páscoa.

Nas proximidades, na pequena aldeia de Arayat meia dezena de católicos foram presos com pregos de cerca de 15 centímetros pelas palmas das mãos a cruzes de madeira, num sacrifício doloros que dura entre 5 a 10 minutos.



"É o 11.º ano que me sacrifico, faço isso pela minha família", testemunhou à agência EFE Rolando, de 38 anos, enquanto lhe colocaram ligaduras nas mãos para estancar uma pequena hemorragia.


O mesmo crente garantiu que, em dois dias, estará novamente em "plena forma para cortar cana de açúcar" e confia que receberá de Deus uma recompensa pelo seu sacrifício: a melhoria do estado de saúde da sua mãe.


Muitos outros filipinos optam por flagelar-se para redimirem os seus pecados e desfilam durante todos os dias da Semana Santa, em procissões enquanto ferem as costas com um chicote molhado.


A Igreja Católica tem reiterado a sua oposição a este tipo de ritos popularizados na província de Pampanga nos últimos 60 anos, justificando que são actos que apenas buscam o bem próprio e afastam-se do significado da paixão de Cristo.


"Apenas houve uma crucificação que salvou a Humanidade. Estas tradições representam uma versão muito fanática do catolicismo e as suas motivações são completamente diferentes das que são ensinadas pela Igreja", comentou à EFE Pedro Quitorio, porta-voz da Conferência Episcopal filipina.

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