Rio de Janeiro - Apesar de o Comando Militar do Leste negar a participação de militares no atentado contra um estudante que participou da Parada Gay, no último domingo, no Rio de Janeiro, a Polícia Civil não descartou essa possibilidade. Foi o que afirmou nesta terça-feira (16/11) o delegado Fernando Veloso, titular da delegacia do bairro do Leblon (zona sul da cidade), onde o caso foi registrado. “A investigação é recente, começou agora. Por enquanto, a gente não pode eliminar nenhuma possibilidade”, disse Veloso.
O delegado confirmou o envio de um ofício ao Exército solicitando a relação completa dos militares que estavam de serviço no último domingo no Forte de Copacabana, que fica próximo ao local onde o estudante foi baleado. Além da presença dos oficiais com a lista, prevista para a próxima quinta-feira, Veloso também espera o comparecimento da vítima "para tentar fazer o reconhecimento, por foto, do suposto autor”.
Em nota, o Comando Militar do Leste negou que militares tenham dado tiros no dia do incidente. Informou ainda que não há patrulhamento fora da área militar do Forte de Copacabana e que o Exército não utiliza uniformes azuis, descritos pela vítima como sendo a cor predominante dos uniformes dos agressores.
O rapaz, que estava com dois amigos, foi baleado nas pedras da Praia do Arpoador, entre Copacabana e Ipanema. Parentes informaram à polícia que o grupo foi abordado por militares uniformizados e que um deles, por discriminação sexual, teria disparado tiros contra o jovem. Uma equipe da Polícia Civil esteve hoje no local para procurar as cápsulas das balas disparadas, mas nada foi encontrado.
O superintendente de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos da Secretaria Estadual de Direitos Humanos do Rio, Cláudio Nascimento, disse que tudo leva a crer em crime homofóbico. “A denúncia é clara, o jovem relata que sofreu homofobia, toda a abordagem, segundo ele, foi homofóbica”, disse Nascimento.
A orientação para os homossexuais vítimas de qualquer tipo de violência é que denunciem. O telefone 0800 023 4567 é um serviço gratuito para denúncias de homofobia. De acordo com ele, são recebidas, em média, duas denúncias de violência contra homossexuais por dia no estado do Rio.
Extraído do Correio Brasiliense
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