segunda-feira, 4 de outubro de 2010

No Senado, eleição faz estrago na oposição

O Senado, casa legislativa que deu tantos dissabores ao presidente Lula, como a extinção da CPMF, e que se tornou a trincheira de resistência da oposição, sofreu uma mudança radical nestas eleições. Democratas e tucanos não conseguiram eleger alguns de seus principais líderes, notadamente os mais combativos, que dedicaram quase a integralidade do mandato a combater um presidente cada vez mais popular e seu governo.



As urnas retiraram do cenário parlamentar e deixaram sem palco e sem tribuna caciques cujos nomes são verdadeiras referências na política, conforme ela vinha sendo exercida até aqui. A saber, perderam a eleição para o senado:


- Marco Maciel, do DEM, o discreto senador pernambucano, vice-presidente de FHC;


- Tasso Jereissati, do PSDB, que presidiu o partido e é considerado um de seus principais quadros;


- Artur Virgílio, do PSDB, o mais combativo dos oposicionistas de Lula;


- Heráclito Fortes, do DEM, que não conseguiu implementar a reforma institucional no Senado moribundo devido à crise que teve Sarney como pivô;


- Efraim Moraes, do DEM, que encerrou o mandato mergulhado numa sequência de escândalos envolvendo sua conduta como parlamentar;


- Mão Santa, do PSC, que ganhou destaque no Senado por um desempenho mais humorista do que parlamentar;


- César Borges, do DEM, afetado pelo ocaso das forças de oposição na Bahia.


Na bancada dos Democratas salvaram-se da "chacina eleitoral" Agripino Maia e Demóstenes Torres. O PSDB conseguiu eleger cinco senadores, o PSOL e PSS, um. Em contrapartida, o PMDB continua com a maior bancada, ao eleger 16 senadores, e o PT, com a segunda maior, 12, que se somam aos que ainda tem mandato até 2015, nos dois partidos. Esses cálculos desconsideram os votos "congelados" dos candidatos fichas-sujas.


O eleitor ainda mandou para casa figuras carimbadas do parlamento que aspiravam a um mandato de oito anos, como Heloísa Helena, Raul Jungmann, César Maia, Rita Camata, Germano Rigotto, José Carlos Aleluia, Gustavo Fruet, Albano Franco – para ficar nos mais conhecidos.





Do blog de Christina Lemos

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