O atraso no repasse dos recursos depositados pelo SUS pontualmente nos primeiros dias de cada mês na conta da Prefeitura Municipal de Mossoró (PMM) está prejudicando não só os próprios hospitais conveniados como também o salário dos funcionários.
Cansados de viverem com as contas atrasadas, e as dificuldades enfrentadas no dia-a-dia devido a falta de dinheiro, o sindicato que representa os funcionários dos estabelecimentos particulares de saúde, Sintrahpam, decidiu entrar com uma representação junto ao Ministério Público da Saúde para pedir que a promotoria esclareça os motivos dos atrasos sistemáticos por parte da Prefeitura. "Todos os meses recebemos os salários atrasados. Nós, os trabalhadores das casas de saúde, estamos sendo prejudicados e amanhã vamos procurar o MP para resolver isso pra gente," disse Luiz Avelino da Silva, presidente do Sintrahpam. Ele explicou que os diretores dos hospitais justificam o atraso da folha de pagamento por conta do atraso do repasse da Prefeitura de Mossoró.
O diretor da Casa de Saúde Dix-sept Rosado, André Gustavo Pinheiro, confirmou os constantes atrasos. "Já mandamos a folha de pagamento ao banco, mas até agora o dinheiro que o governo federal já depositou nas contas da Prefeitura desde o dia 3 passado não foi depositado na conta do hospital," afirmou. "Por coincidência conversei com o Promotor da Saúde, Guglielmo Marcondes, sobre o mesmo problema. Ele me deu um prazo de dez dias para enviar um relatório mostrando os atrasos dos repasses, mas eu vou entregar nesta segunda-feira mesmo," garantiu. Este mês o dinheiro ainda não foi depositado na conta corrente do hospital, e ao que tudo indica os funcionários vão passar o feriado sem dinheiro no bolso.
Pinheiro também revelou que a Prefeitura costuma atrasar os repasses da verba do governo federal em no mínimo 60 dias, todos os meses. "Nunca vi isso na minha vida. Isso não existe! Já trabalhei como diretor em vários hospitais em outros municípios e só aqui é desse jeito! Além de atrasar os pagamentos, a Prefeitura ainda se recusa a pagar pacientes que passam da nossa quota limite de atendimentos mensais. Quer dizer, recebemos pacientes de toda a região, e se atendermos mais que o permitido pela Prefeitura, não recebemos este valor," disse indignado.
O Mossoroense
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