Rouca e com a camisa branca bordada que já virou sua marca, a ex-senadora Heloísa Helena (PSOL), 48, faz campanha em Alagoas para voltar ao Senado com pouco dinheiro, raros assessores e muito corpo a corpo. Segundo ela, seu dia começa às 4h30. Dirigindo o próprio carro e acompanhada por um dos cinco amigos ou partidários que se revezam na tarefa, Heloísa viaja pelo Estado pedindo votos nas ruas, em feiras e até nos faróis de trânsito. Não faz campanha à noite nem aceita doações de empresas. "Só meu anjo da guarda me acompanha", disse a atual vereadora por Maceió, que não quis divulgar sua agenda à reportagem.
A candidata enfrenta furiosa campanha adversária. O candidato Benedito Lira (PP), contemplado com uma mensagem de apoio do presidente Lula, mostra em sua propaganda eleitoral imagens antigas de Heloísa nas quais ela critica o petista e a corrupção de seu governo. Afonso Lacerda (PRTB), que o PSOL diz ter entrado na disputa para bater na candidata, alega que ela não trouxe nada para Alagoas quando foi senadora (1995-2002) e que é intransigente.
O PSOL apresentou ao menos 16 pedidos de resposta na Justiça Eleitoral. Conseguiu um. Na última pesquisa Ibope, Heloísa está em segundo lugar na preferência do eleitorado. Atrás de Renan Calheiros (PMDB). "Meus adversários têm gigantescas estruturas de poder político, econômico e midiático. Quem tem a obrigação de ganhar a eleição são eles. Se tivesse essa estrutura, seria presidente da República", disse Heloísa ontem após dar uma palestra em uma universidade. Em 2006, ela disputou a Presidência, mas foi derrotada por Lula.
Na sua fala, além de defender uma melhor estrutura para o SUS, mais verba para a saúde e a renegociação da dívida do Estado, mostrou que mantém o discurso afiado. "Tráfico de influência, exploração de prestígio, corrupção pelo Código Penal dá cadeia. Aqui, em Alagoas, dá sucesso", disse. "O pai de família que rouba uma lata de leite está frito. A excelência delinquente, não. Ela pode fazer porque ainda aparece com sucesso nos meios de comunicação e no processo eleitoral." Foi aplaudida. Com informações da Folha.com.
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